O ano de 2016 está nas últimas e o Clube Cinema publica a sua lista de piores filmes do ano. Conferi mais de 300 filmes lançados durante o ano, e aqui figuram a lista de decepções.
Só lembrando que, para estar elegível, o filme tem de estrear nos cinemas entre os dias 1 de janeiro e 31 de dezembro de 2016, independente do seu ano de produção. Por isso, não se surpreenda ao constatar na lista obras de anos anteriores. Isso acontece pois essas obras só chegaram às telas do Brasil entre janeiro e dezembro de anos diferentes.
16. Batman Vs. Superman: A Origem da Justiça (Batman V Superman: Dawn of Justice, 2016) de Zack Snyder: Apesar das imagens grandiosas (e vazias), da trilha sonora forte (de Hans Zimmer), e da destruição espantosa (que parece até herança de Michael Bay), o grande problema de Batman Vs. Superman é Zack Snyder. O cineasta finalmente põe frente a frente Batman e Superman com zero sutileza. Os confrontos são resumidos em efeitos especiais e o vilão maior não envolve nenhum tipo de surpresa ao público. Sua busca incessante pelo máximo de espetáculo e ação, se traduz em uma aventura que tem seus momentos, mas que não encanta ou emociona. E pouco surpreende. Zack Snyder definitivamente não é Christopher Nolan. Clique para ler a crítica completa da versão estendida de 3 horas.
15. Esquadrão Suicida (Suicide Squad, 2016) de David Ayer: A aventura é uma bagunça completa. Concebido com um tom sombrio onde violões se tornavam heróis de ocasião, o tom do longa teve de ser modificado com o filme quase pronto. Com isso, o resultado final ganhou seus momentos leves, mas é visivelmente prejudicado no todo. Há diversão? Sim, mas em momentos bem aleatórios. Nunca há senso de unidade, não existe o equilíbrio necessário entre cenas de ação e o tom cômico, deixando tudo muito indigesto. Pelo menos temos Margot Robbie dando sangue com a Arlequina, e El Diablo como melhor personagem. Contudo, suas motivações e a vilã (Magia) são ridículas, e Jared Leto passa mal numa das piores aberrações que o cinema já viu. Quer mais? Não existe equilíbrio entre as cenas de ação(fracas) e o tom cômico (exagerado). Clique para ler a crítica completa.
14. Pequeno Segredo (Idem, Brasil, 2016) de David Schurman: Dramatização de fatos da Família Schurman que envolvem a adoção de uma garota com HIV positivo, a obra tem cara de filme caseiro de família, misturado com especial de TV (ruim) no final do ano. O resultado final é um drama tão emocionante quanto um comercial de margarina, ou mesmo tão épico quanto uma propaganda de turismo. “Cara de Oscar”? Para mim, tá mais para Framboesa de Ouro, pois cinematograficamente é um filme triste. Mas não pelos motivos certos. Clique para ler a crítica completa.
13. O Caçador e a Rainha do Gelo (The Huntsman: Winter’s War, 2016) de Cedric Nicolas-Troyan: O grande truque aqui é situar a aventura em dois períodos, antes e depois de “Branca de Neve e o Caçador” (2012). Mas o que se vê na tela é uma trama forçada, efeitos especiais razoáveis e três belas (e talentosas) atrizes desperdiçadas (Emily Blunt, Jessica Chastain e Charlize Theron). E que figurinos mais bregas, minha gente! Não empolga na ação, tampouco há magia suficiente para encantar.
12. Tartarugas Ninja 2: Fora das Sombras (Teenage Mutant Ninja Turtles: Out of the Shadows, 2016) de Dave Green: Com uma linguagem ainda mais bobinha que seu desenho animado, a continuação das aventuras de Michelângelo, Donatelo, Leonardo e Rafael é bem fraquinha. E só não é pior que o antecessor porque seus efeitos visuais são realmente especiais e a captura de movimentos impressiona pela humanização dos protagonistas. A síntese da superprodução vem depois de uma grande sequência de ação. Depois de quase morrer afogada, uma das tartarugas ninja agradece por estar viva. E ao encontrar uma tartaruga mesmo, ele resume o filme em uma palavra: “Constrangedor”. Clique para ler a crítica completa.
11. Alice Através do Espelho (Alice Through the Looking Glass, 2016) de James Bobin: Três questões definem bem essa nova aventura. 1. Se para Alice e seus amigos nada é impossível, impossível mesmo é se divertir com tamanho desastre. 2. O Chapeleiro pontua que nos jardins da memória e no palácio dos sonhos essa aventura ficará marcada. Fica, como um dos piores filmes do ano. 3. O Tempo faz um último pedido à Alice: “não volte mais aqui”. E é sinceramente o que espero. Nada mais de reimaginações caça niqueis desse universo, por favor.
10. Tirando o Atraso (Dirty Grandpa, 2016) de Dan Mazer: Adoro uma comédia desbocada, para maiores mesmo. Mas na história do avô que numa viagem com o neto certinho insiste em transar e fazer dele um safado, o resultado é completamente sem graça, sentimentalmente forçado e com uma grande vergonha alheia do Mr. DeNiro. Exceto pela piada do ‘empata-f’ com “O Exterminador do Futuro”, e a presença #AubreyPlaza, o resto pode ir para o lixo. 2/10
9. Boneco do Mal (The Boy, 2016) de William Brent Bell: jovem americana (Lauren Cohan) aceita um trabalho como babá em uma pequena vila inglesa. Porém, o garoto de 8 anos de quem ela tem que cuidar é, na verdade, um boneco de quem o casal cuida como se fosse um menino de verdade, como uma forma de lidarem com a morte do filho, ocorrida 20 anos antes. É assumidamente uma fita de horror, mas de tão ruim se transforma em comédia involuntária.
8. Independence Day: O Ressurgimento (Independence Day: Resurgence, 2016) de Roland Emmerich: Além de vários momentos de discursos americanistas e militaristas, a trilha sonora é um horror, as sequências de ação não empolgam e a história contém “saídas” patéticas. É uma continuação assumida na trama, reaproveitamento dos personagens e uso de tecnologia alienígena, contudo, tudo parece se repetir. E o resultado final está mais para uma refilmagem (ruim e desonesta) do primeiro, do que propriamente uma sequência. Nada divertido, tão somente é uma experiência desagradável e vergonhosa. Clique para ler a crítica completa.
7. O Maior Amor do Mundo (Mother’s Day, 2016) de Garry Marshall: Nem o maior amor do mundo é capaz de salvar essa vergonhosa dramédia romântica. A fórmula é a mesma de “Noite de Ano Novo” e “Idas e Vindas do Amor”, com histórias (bobas) entrelaçadas. Diretor (o veterano de Amigas Para Sempre, Uma Linda Mulher, Noiva em Fuga e Diário de uma Princesa) é o mesmo e o resultado também recorrente: patético.
6. 50 Tons de Preto (Fifty Shades of Black, 2016) de Michael Tiddes: Sátira de 50 Tons de Cinza é uma verdadeira brochada cômica. 50 tons de grosseria e nenhuma risada.
5. Assassino a Preço Fixo 2: A Ressurreição (Mechanic: Resurrection) de Dennis Gansel: Exceto pela sequência da piscina na cobertura de um prédio, é um filme desprezível. Trama injustificável e qualidade de filme de ação Z. Poderia ter ido direto para o mercado de home vídeo que ninguém ia notar. Ah, e Jason Statham ainda arranha um português bizarro na abertura da fita de ação.
4. Bruxa de Blair (Blair Witch, 2016) de Adam Wingard: “Bruxa de Blair” está mais pra ‘Bruxa de Bleergh’. Fórmula reciclada (jovens perdidos na floresta a procura de sobreviventes da lenda da Bruxa de Blair original) não assusta, tampouco impressiona. Por fim, temos apenas um lixo tóxico e 90 minutos a menos de vida.
3. Inferno (Inferno, 2016) de Ron Howard: Para um filme que se vende como algo inteligente, é somente auto-expositivo com o uso acentuado da cabeça-enciclopédia de seu protagonista. Ele, que mais uma vez não tem apenas um corte de cabelo ridículo, mas as soluções da trama piores ainda. Se o ditado diz que o inferno está cheio de boas intenções, o filme “Inferno” não chega nem a isso. Não é apenas o cabelo de Robert Langdon/Tom Hanks que continua ruim. Disparado, o pior da trilogia, é também um dos piores filmes do ano. Clique para ler a crítica completa.
2. Anjos da Noite: Guerras de Sangue (Underworld: Blood Wars, 2016) de Anna Foerster: A vampira Selene (Kate Beckinsale) está mais uma vez em meio a luta para acabar com a guerra eterna entre o clã Lycan de lobisomens sanguinários e a facção de vampiros que a traiu. Trama repleta de incongruências/cheias de furos, cenas de ação risíveis, motivações inconsistentes, personagens caricatos… Precisava mesmo existir? Disparado, um dos piores do ano. Na real, a franquia parece que já morreu faz tempo, mas ainda insistem em produzir novos capítulos como esse aqui, o quinto. Clique para ler a crítica completa.
1. Deuses do Egito (Gods of Egypt, 2016) de Alex Proyas: Bek (Brenton Thwaites) é um mortal pacato que se considera apenas mais um soldado, e que vive em um Egito ancestral dominado por deuses e forças ocultas. Quando o impiedoso Set (Gerard Butler), deus da escuridão, toma o trono da nação e mergulha a sociedade no caos, o jovem se unirá a outros cidadãos e com o poderoso deus Horus (Nikolaj Coster-Waldau), para formar uma expressiva resistência. Aventura “quero ser épica” é uma mistura de pesadelo e suplício interminável. Visual brega, “roteiro” risível, defeitos especiais e não-atuações. Um dos piores “filmes” que já assisti na minha vida
Menção desonrosa (TRIPLA):
Dessa vez a menção “desonrosa” é tripla. E nacional. Existe nota menor que zero? O trio merecia.
Primeiro, a investida em transformar a youtuber Kéfera numa estrala de cinema, no constrangedor “É Fada!” (2016). Sucesso comercial, sim, mas frustrada artisticamente, é uma reciclagem, que dizer, imitação barata de tramas cômicas americanas, onde ela aparece como uma fada madrinha desbocada para ajudar uma jovem deslocada.
Em seguida, o recordista de ingressos vendidos – e muitas sessões esvaziadas – “Os 10 Mandamentos: O Filme” (2016). Pegue uma novela de 176 capítulos, edite em duas horas, acrescente um efeitos aqui, uma costura ali. Entre discursos religiosos de ordem, o efeito manada vai se formando ao acreditar naquilo como se fosse a verdade e a salvação. É apenas um não cinema, um desserviço à sétima arte, que aqui passou foi longe.
Por fim, mais uma trama-cópia. “Um Suburbano Sortudo” (2016), onde um camelô, filho bastardo de um grande empresário, recebe uma herança após a morte do pai. O horror dá as caras aqui, com linguagem e montagem televisiva, clichês que corroem todas as cenas e uma grosseria sem fim. Nem a tentativa de Rodrigo Sant’anna em fazer uma sequência meio Família Klump em O Professor Aloprado, onde ele interpreta todos á mesa, é capaz de arrancar uma sorriso. Soa apenas forçado mesmo.
Juntando os três, não dá 1% de CINEMA. E ponto final.