Zuzu Angel (Idem, Brasil, 2006) de Sérgio Rezende
O filme: Zuzu Angel (Patricia Pillar) é uma estilista da década de 70 que faz sucesso no Brasil e no exterior com suas criações alegres e cheias de cores. No entanto, nem tudo é colorido. Seu filho, Stuart Angel (Daniel de Oliveira) é comunista e homem de confiança de Carlos Lamarca (Paulo Betti), cabeças da militância contra a ditadura militar brasileira.
Desesperada com seu desaparecimento (o qual acredita ter sido preso e torturado pelos militares), Zuzu vai até as últimas estâncias e consequências para ter seu filho de volta, vivo ou morto. E tudo isso passa a refletir na sua moda também.
Porque assistir: a obra possui uma reconstituição de época bem aplicada e conta com um elenco de apoio que mescla jovens talentos e nomes consagrados – além de Daniel de Oliveira, temos também Regiane Alves como sua irmã, Leandra Leal como a namorada de Stuart, Othon Bastos como o Brigadeiro, Alexandre Borges como o advogado da família, Ângela Vieira como a melhor amiga de Zuzu e Luana Piovanni como Elke Maravilha, a principal modelo de Zuzu.
Bem balanceado, o elenco passa segurança suficiente para segurar uma história pesada e contundente com grandes cargas de dramaticidade.
Melhores momentos: “Estou com medo de morrer” diz Zuzu. Em sua primeira cena, a protagonista já demonstra que é dona do filme. A estilista nos deleita com sua extrema emoção do sentir, na intolerância do ser, na impotência do fazer e na busca a favor da legitimidade dos direitos do ser humano. Há também a bela noite do “reencontro”.
Pontos fracos: participação especial da própria Elke Maravilha. Desnecessária.
Na prateleira da sua casa: filme nacional de contexto histórico forte e bem conduzido. Patrícia Pillar personifica, com unhas, dentes e figurinos Zuzu, simplesmente arrasando no papel da sua vida. Ela inicia o filme no olho da tensão e manobra suas cenas com flashbacks necessários.
Extras:
Videoclipe “Angélica” (Chico Buarque) – Trilha Sonora do filme Zuzu Angel