“ARÁBIA”, grande vencedor do Festival de Brasília de 2017, estreia nesta quinta-feira, 5 de abril, nas cidades de Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Niterói, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Longa dirigido por Affonso Uchôa e João Dumans já circulou por mais 40 festivais internacionais e foi premiado em 10 deles.
A vida comum de um trabalhador, com frustações, sofrimento e felicidade, revela uma realidade obscura do desenvolvimento social e econômico no Brasil dos últimos dez anos. “ARÁBIA”, de Affonso Uchôa e João Dumans, narra esta história através da trajetória de Cristiano (Aristides de Sousa), um operário de uma velha fábrica de alumínio, que sofre um acidente no trabalho e desperta a curiosidade de André (Murilo Caliari), um jovem morador do bairro vizinho.
André é quem ajuda a tia enfermeira Marcia a prestar os primeiros socorros a Cristiano. E, atendendo a um pedido da tia, ele vai à casa do “trabalhador” para pegar roupas e documentos. Lá, encontra um misterioso caderno e não resisti à curiosidade de lê-lo. “Desde o começo queríamos dizer algo sobre a nossa própria realidade, sobre as vidas e histórias dos jovens e dos trabalhadores do nosso país. Mas queríamos contar essas histórias de uma maneira mais literária, como numa narrativa épica… ou talvez como uma peça teatral. Nesse sentido, fomos muito inspirados por autores que conseguiram representar em narrativas fortes e sensíveis a vida dos trabalhadores e pessoas comuns de seu tempo, como James Joyce, Joseph Conrad, John dos Passos, Brecht. Mas também, e especialmente, alguns autores brasileiros”, conta Dumans.
Narrado em primeira pessoa, ou seja, é o personagem Cristiano que conta a própria história, o longa é um retrato político da vida de pessoas marginalizadas. “Essa decisão de ter a história do protagonista contada através de seu próprio caderno foi determinante para a estrutura do filme. Para nós, pessoas como Cristiano – e claro, Aristides de Souza, o ator – são como os heróis da literatura do passado: suas vidas são simplesmente incríveis na sua grandeza e na sua força. Queríamos dar à história de Cristiano essa qualidade literária, mas ao mesmo tempo, o caderno parecia ser um tipo de escrita mais plausível, e também menos nobre: não é um livro, não é uma novela, é uma espécie de diário. É o trabalho de um sujeito normal, não de um intelectual”, revela um dos diretores, Affonso Uchôa.
Ganhador de cinco prêmios na última edição do Festival de Brasília, entre eles, Melhor Filme e Melhor Ator, o longa circulou por mais de 50 festivais no mundo, entre eles, o de Roterdã, New Films/ New Directors (Nova York), BFI London Film Festival e a Viennale. Ao todo, foram mais de dez prêmios conquistados lá fora. Com distribuição da Embaúba Filmes e da Pique Bandeira, “ARÁBIA” é uma produção das mineiras Katásia Filmes e Vasto Mundo.
Sinopse: Ao encontrar o diário de um trabalhador, numa vila operária em Ouro Preto, o jovem André entra em contato com a comovente trajetória de vida de Cristiano, em meio às mudanças sociais e políticas do Brasil nos últimos dez anos.
Ficha técnica:
Ano de Produção: 2017 | Duração: 96 minutos | Empresas Produtoras: Katásia Filmes, Vasto Mundo | Produção Associada: Pique-Bandeira Filmes | Elenco: Aristides de Sousa, Murilo Caliari, Glaucia Vandeveld, Renata Cabral, Renato Novaes, Wederson Neguinho, Adriano Araújo, Renan Rovida | Direção e roteiro: Affonso Uchôa, João Dumans | Produtor: Vitor Graize | Produção Executiva: Vitor Graize,Thiago Macêdo Correia | Direção de Fotografia: Leonardo Feliciano | Som: Pedro Durães, Gustavo Fioravante | Trilha sonora: Francisco Cesar, Christopher Mack | Direção de Arte: Priscila Amoni, Janaína Macruz | Direção de Produção: Marcela Jacques, Laura Godoy | Montagem: Luiz Pretti, Rodrigo Lima | Assistente de Direção: Juliana Antunes | Casting: Gustavo Ruas, Silvia Andrade | Assistentes de Câmera: Bernard Machado, Maurício Rezende | Assistente de Produção: Vinícius Rezende, Camila Bahia | Produtor de Distribuição: Daniel Queiroz | Distribuidora: Embaúba Filmes e Pique Bandeira.
Festivais:
46º Rotterdam International Film Festival (Holanda) | Hivos Tiger Competition | 57º FICCI – Festival Internacional de Cine de Cartagena de Indias (Colômbia) | Competição Internacional New Director / New Films, Nova York (Estados Unidos) | 19º BAFICI (Argentina) – Competição Internacional | Menção Especial do Júri 35º Festival do Uruguai – Competição Internacional | Menção Especial da FIPRESCI 14º Indie Lisboa (Portugal) | Competição Internacional – Prêmio Especial do Júri Festival de Cine Latinoamericano | La Casa Cine Fest (Equador) – Melhor Filme Latinoamericano Art Film Fest (Eslováquia) | Valletta International Film Festival (Malta) | Festival de Cine Lima Independiente (Peru) – Prêmio Melhor Filme Iberoamérica | Ahora Karlovy Vary International Film Festival (República Tcheca) | FID Marseille (França) | GNCR Competition Golden Apricot Yerevan International Film Festival (Armênia) – Prêmio Silver Apricot da Competição Internacional | New Zealand International Film Festival (Nova Zelândia) | T-mobile New Horizons IFF (Polônia) | Festival Internacional de Cine de América (México) | Prêmio de Melhor Filme 50º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro – Prêmio de Melhor Filme, Melhor Ator, Prêmio da Crítica, Melhor Montagem e Melhor Trilha Sonora | Festival de San Sebastián – Mostra Horizontes Latinos Pancevo Film Festival (Sérvia) | Festival du Nouveau Cinéma (Montreal, Canadá) | BFI London Film Festival (Reino Unido) | Film Fest Hamburg (Alemanha) | Film Fest Gent (Bélgica) | 41ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo | Viennale (Áustria) | IBERTIGO Muestra de Cine Iberoamericano de Las Palmas de Gran Canaria (Espanha) | Prêmio do Júri Popular 7ª Muestra de Cine de Lanzarote (Espanha) | 27º Films from the South (Noruega) | Silver Mirror Melhor Filme 9ª Semana (Rio de Janeiro) | 28ª Liffe – Ljubljana International Film Festival (Eslovênia) | X Janela Internacional de Cinema do Recife | 4ª Mostra de Cinema de Gostoso | XIII Panorama Internacional Coisa de Cinema | 9ª Semana – Festival de Cinema.
Sobre os diretores:
AFFONSO UCHÔA é diretor e roteirista. Vive em Contagem, Brasil. Dirigiu o longa-metragem “A Vizinhança do Tigre” (2014), considerado por diversos críticos um dos filmes brasileiros mais importantes em seu ano de lançamento. O filme estreou na Mostra de Tiradentes (2014) ganhando o prêmio de melhor longa-metragem. Depois, o filme foi premiado ainda em outros festivais como Olhar de Cinema, Semana dos Realizadores, Cachoeiradoc e forumdoc. bh, e teve sua estreia internacional no Festival de Hamburgo (Alemanha), em 2015.
JOÃO DUMANS é diretor e roteirista. Foi diretor assistente, roteirista e montador do longa-metragem “A Vizinhança do Tigre”, exibido no Festival de Hamburgo (2015), roteirista do longa-metragem “A cidade onde envelheço”, vencedor do Festival de Brasília de 2016, e assistente de direção e produtor executivo de “Os Residentes”, exibido no Festival de Brasília (2010) e em outros festivais internacionais como Viennale (Áustria), New Horizons (Polônia) e Indielisboa (Portugal). Como diretor, realizou o média-metragem documental “Todo mundo tem sua cachaça (2014).