Vai que dá certo (Idem, 2013) de Maurício Farias
O filme: a partir do reencontro de um grupo de amigos do colégio (Fábio Porchat, Gregório Duvivier, Felipe Abib, Danton Mello e Natália Lage), hoje frustrados com o rumo de suas vidas, eles decidem dar uma virada aplicando um golpe. A jogada será em cima da única exceção da turma: o bem sucedido e candidato a Deputado (Bruno Mazzeo). A saída inusitada para seus problemas será assaltar uma transportadora de valores, tudo combinado com um dos seguranças (Lúcio Mauro Filho).
Porque assistir: gags visuais, check. Piadas com alguma sacanagem, ok. Rostinhos conhecidos da mídia, em grande parte. Alguma linguagem televisiva e esquetes de internet. Adicione algum um humor inocente de figuras derrotadas pela vida – e que não deixam de fazer piada nem consigo mesmo. É o famoso ‘perco o amigo, mas não perco a piada’.
Não é exatamente cinema, mas se te agradar, esse é o seu filme.
Melhores momentos: sua abertura com jogos antigos e clássicos de videogame.
Pontos fracos: narrativa quebrada, os furos num roteiro bobo e a insistência em fazer humor com tudo. TUDO. Da forma mais boba possível.
O nulo valor sociológico da política que o ‘jeitinho brasileiro’ resolve tudo, e que a saída mais fácil é dar um golpe em alguém, de preferência já sujo, como um político corrupto.
Humor episódico que funcionaria em esquetes de internet, mas não numa linguagem cinematográfica.
Na prateleira da sua casa: o resultado é um filme que não chega a ser um desastre, mas é bobo. Simplesmente bobo. Quase inocente e pratica um humor de espírito episódico. São esquetes cômicas das situações mais constrangedoras, dentro de sua própria história. Um campo bem explorado na internet por seu co-roteirista e responsável pelos diálogos, Fábio Porchat (também um dos protagonistas), especificamente no canal do Youtube Porta dos Fundos, mas que não funciona com a coesão que a tela grande exige. Porque cinema é mais que um stand-up comedy. Não deu certo.