Uma dupla do barulho. Poderia ser até título de comédia dos anos 80. Deve até ser. Mas a dupla a qual me refiro é Chevy Chase e Paul Hogan, que coincidentemente, aniversariam no mesmo dia – 8 de outubro, respectivamente completando 70 e 74 anos. Mas os vovôs fizeram história. Tocaram o terror nas telonas dos anos 80, com comédias que arrebataram o público e até parte da crítica.
Chevy Chase
Apesar de inúmeras comédias dignas de nota – como O Clube dos Pilantras (1980); Assassinato por Encomenda (1985); e Três Amigos! (1986) – o personagem mais icônico de Chevy Chase é Clark Griswold, de estilo do tradicional americano, pai de família que se mete em confusões, digamos, sem querer. Ele é o protagonista da cinessérie Férias Frustradas (1983; 1985; 1989), a qual passou por todos os anos 80 com ótimos números de bilheteria, e que, numa época dominada pelos VHS e as locadoras de bairros, conquistou uma legião de fãs. Chase tentou o retorno do personagem com uma apelação chamada Férias Frustradas em Vegas (1997), de resultado modesto.
Bilheterias
Férias Frustradas (1983) rendeu mais de U$ 61 milhões; O segundo somou pouco mais de U$ 49 milhões; O terceiro, e maior bilheteria da franquia, faturou mais de U$ 71 milhões; Fora dos padrões – e dos anos 80, o quarto – em Vegas (1997) soma apenas U$ 36 milhões.
Férias Frustradas
Voltando a trilogia hilária e original. Lembro demais de ir a locadora do meu bairro para alugar logo as duas primeiras comédias de uma lapada só, Férias Frustradas (1983) e Férias Frustradas II (1985) – também conhecido como Férias Frustradas na Europa. Tudo para correr aos cinemas e conferir o terceiro, Férias Frustradas de Natal (1989). Deu certo. Risadas garantidas em casa e depois no cinema. Quero me abster de comentários sobre Férias Frustradas em Vegas, que também conferi já nos finalmente do VHS, em 1997.
Paul Hogan/Crocodilo Dundee
Já o australiano Paul Hogan tem poucos filmes no currículo. Mas marcou os anos 80 ao personificar Crocodilo Dundee em dois grandes sucessos de bilheteria em 1986 e 1988. Em Crocodilo Dundee (1986), Paul Hogan é o próprio. Um legítimo selvagem australiano, descoberto por uma jornalista americana, que o traz para Nova York a fim de lhe mostrar a América. Claro que o choque cultural vai propiciar os mais hilariantes momentos. E mesmo sendo um bruto da Austrália, Dundee mostra que também tem coração.
Crocodilo Dundee I foi além de um sucesso de público – com arrecadação de U$ 174 milhões, tornando-se o segundo filme mais visto do ano nos EUA – e conquistou o Globo de Ouro de melhor ator (comédia) e uma indicação ao Oscar de melhor roteiro original. O filme ainda concorreu ao Globo de Ouro de melhor filme (comédia) e deu ao seu par – nas telas e na vida real – Linda Kozloswki, uma nomeação de atriz coadjuvante. Esse eu aluguei em VHS, pouco antes do segundo estrear no cinema.
Após um total de U$ 328 milhões ao redor do mundo, Hogan teve de voltar. Crocodilo Dundee II (1988), que conferi no cinema, é quase tão bom quanto o original e foi o sétimo filme das bilheterias americanas. Já seu montante mundial chegou a U$ 239 milhões em 1988. Para dois filmes que não custaram quase nada, um espetáculo.
Outros filmes
Paul Hogan fez outras (poucas) tentativas – Quase um Anjo (1990); Rapidinho no Gatilho (1994); e Flipper (1996) – mas que possa ser comentado positivamente. E o pior aconteceu. Tentando fazer piada de si mesmo, Crocodillo Dundee retornou ao cinema, em 2001, com o patético Crocodilo Dundee em Hollywood, totalizando apenas U$ 25 milhões nas bilheterias e depois lançado em DVD.
Apesar dos dois tentarem retornar sem sucesso aos seus personagens mais populares, os setentões Chevy Chase (70) e Paul Hogan (74) fizeram muito barulho nos anos 80. Barulho suficiente para entrar na história do cinema. Parabéns aos dois.