Truque de Mestre – Os Ilusionistas (Now You See Me, 2013) de Louis Leterrier
O filme: conhecido como ‘os quatro cavaleiros’, um grupo de ilusionistas – Daniel Atlas (Jesse Eisenberg), Henley Reeves (Isla Fisher), Jack Wilder (Dave Franco) e Merritt McKinney (Woody Harrelson) – é financiado pelo milionário Arthur Tressler (Michael Caine) apresenta em Las Vegas um show no qual o grand-finale é assaltar um banco e distribuir o dinheiro com a sua plateia.
Após o crime/espetáculo, o agente do FBI, Dylan Hobbs (Mark Ruffalo) comanda uma investigação com a ajuda da agente da Interpol, Alma Vargas (Melanie Laurent), e um veterano desmascarador de mágicas profissional, Thaddeus Bradley (Morgan Freeman).
Porque assistir: a embalagem é atraente. Um filme ágil sobre ilusionismo e crime. Algo que lembra um pouco da trilogia 11, 12 e 13 Homens e um Segredo (2001; 2004; 2007) e O Grande Truque (2006).
O elenco equilibra bem jovens talentos com velhos conhecidos. Jesse Eisenberg, indicado ao Oscar de ator por A Rede Social (2011); Isla Fisher (O Grande Gatsby, 2013); Dave Franco (Anjos da Lei, 2012); Woody Harrelson, indicado ao Oscar de ator por O Povo Vs. Larry Flynt (1996); Mark Ruffalo, indicado ao Oscar de coadjuvante por Minhas Mães e Meu Pai (2010); Melánie Laurent (Bastardos Inglórios, 2009); Michael Caine, Oscar de coadjuvante por Regras da Vida (1999) e Morgan Freeman, Oscar de coadjuvante por Menina de Ouro (2004). Mas temos de lamentar que seus personagens são meras caricaturas e nenhum deles é aprofundado.
Melhores momentos: a apresentação dos seus personagens – para depois uni-los, numa espécie de equipe, e claro, os números de mágica ilusionismo. Bem orquestradas e que engana direitinho.
Pontos fracos: subtramas sobre a tal mitologia que uniu os mágicos (a existência do “Olho” – que tudo vê), e a escolha de manter o articulador do grupo em segredo, não traz peso nenhum ao final “surpresa”. É no mínimo inconcebível que os ilusionistas simplesmente obedeçam cada passo dos planos sem a menor noção onde aquilo vai dar.
A culpa é do roteiro, que planta interrogações e simplesmente não responde porque não tem as pontas certas para unir os fios soltos da trama. E ainda se vangloria do mistério, pouco, mas muito pouco plausível.
A história original foi escrita pela dupla Boaz Yakin (do fracasso Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo, 2010, e do regular Rookie – Um Profissional do Perigo, 1990) e Edward Ricourt, estreante. O veterano Ed Solomon (de bobagens como Super Mario Bros., 1993; e As Panteras, 1999; mas do mega sucesso MIB – Homens de Preto, 1997), finalizou e poliu o texto final, que ainda não é completamente satisfatório.
Na prateleira da sua casa: diretor de fitas de ação como Carga Explosiva 2 (2005), Cão de Briga (2005), e as superproduções O Incrível Hulk (2008) e Fúria de Titãs (2010), Louis Leterrier não chega a ungir um truque de mestre. Apenas uma ilusão passageira, ágil e divertida. Usa bem efeitos especiais, sem precisar usar como muletas de produção, e muitas cenas até de confronto físico.
Mesmo com problemas de desenvolvimento, a trama consegue entreter com seus números mirabolantes, apenas das consecutivas viradas da história. Se houvesse uma maior preocupação em perceber cada um dos “crimes” e seus passos, existem várias lacunas nunca respondidas. No final perceber como funciona a ilusão funciona, mas não deixa de ser um absurdo. Além do humor, usado a conta-gotas por Woody Harrelson.
Extras: um pouco mais sobre os ilusionistas