Três talentosos diretores autores fazem aniversário nesse mesmo dia 23 de outubro. Ang Lee, 59 anos, Phillip Kaufman, 73, e Sam Raimi, o caçula, com 54 anos. Cada um com suas características e talentos, fica até difícil fazer uma lista com todos os seus melhores filmes. Mas ainda assim vamos fazer recomendações e não recomendações de suas obras, de uma maneira diferente.
Sam Raimi é um cara criativo, inquieto. Suas características mais marcantes são trabalhar bem com um humor negro, misturar o nonsense ao terror – Arraste-me para o Inferno (2009), além de trabalhar bem com o suspense (O Dom da Premonição, 2000).
Mas como destaque da sua filmografia escolhi um drama de contornos psicológicos, o tenso e sensacional Um Plano Simples (A Simple Plan, 1998). A trama apresenta uma pequena e gelada cidade dos EUA durante o ano novo. É quando os irmãos Hank e Jacob, junto com Lou, amigo de Jacob, encontram um pequeno avião acidentado na floresta. Ao se aproximarem, descobrem o piloto morto e uma mala com US$ 4 milhões. Eles resolvem ficar com o dinheiro, mas vão esperar um tempo para dividi-lo e começar a gastá-lo. Só que a situação se complica com a ganância com que os amigos começam a demonstrar.
Como pior obra de Sam Raimi, escolho um romance enlatado, Por Amor (For the love of the game, 99), que na verdade versa muito mais sobre o baseball do que sobre o amor. Kevin Costner é um jogador veterano que tem de escolher entre encerrar a carreira no auge, e decidi se casar com sua namorada, ou continuar no time que ajudou a construir.
Ang Lee já venceu dois Oscar de melhor diretor, por As Aventuras de Pi (2012) e O Segredo de Brokeback Mountain (2005), e também levou o Oscar de filme estrangeiro pelo épico O Tigre e o Dragão (2000). Em sua lista de filmes, não há um filme realmente ruim, mas para escolher o seu pior, fui de Hulk (2003), adaptação controversa da HQ do heróis da Marvel. Até gosto do filme, mas definitivamente é um ponto baixo em sua carreira.
Para descobrir, a escolha recai sobre o drama familiar Tempestade de Gelo (Ice Storm, 1997). Em 1973, a família Hood está a beira da desintegração, pois Benjamin (Kevin Kline) não está se relacionado bem com Elena (Joan Allen), sua esposa, e tem um caso Janey Carver (Sigourney Weaver), sua vizinha e amiga íntima da família. Enquanto isto Paul (Tobey Maguire), o filho do casal, sente-se atraído por uma colega de colégio (Katie Holmes). Sua irmã Wendy (Christina Ricci) é bem mais precoce e na sua necessidade de carinho e afeição descobriu “jogos”, que pratica com Mikey (Elijah Wood) e Sandy Carver (Adam Hann-Byrd), os filhos de Janey. Paralelamente os adultos criaram o “jogos das chaves”, onde é feita uma troca de casais.
Philip Kaufman assina três dos filmes mais sensuais do cinema moderno. É dele a adaptação do livro de Milan Kundera, A Insustentável Leveza do Ser (1988). Assina também a biografia conjunta de dois ícones da literatura, Henry Miller e Anais Nin, em Henry & June (1990). Outro filme que conta boa parte da história da vida de outro mestre da pornografia clássica, Contos Proibidos do Marquês de Sade (2000). todos três com resultados louváveis e excitantes.
De descartável sua filmografia traz um policial de prateleira, A Marca (Twisted, 2005), fraco, fraco. Mas adica para você descobrir é uma de suas primeiras obras, Os Eleitos – Onde o Futuro Começa (The Right Stuff, 1983) sobre a história de sete dos mais importantes astronautas do programa espacial americano. Fica a dica.