Considerado “imprevisível e assustador” pelo Screen Daily e muito elogiado pela crítica internacional, o filme “Mal Nosso”, dirigido por Samuel Galli, estreia nos cinemas dia 14 de março com distribuição da O2 Play. A produção é da Kauzare Filmes.
Com custo estimado de R$ 350 mil, o longa-metragem já contabiliza a participação em mais de 30 festivais internacionais, percorrendo um circuito cinematográfico incomum para uma produção brasileira. Segundo o diretor, que também assina o roteiro da trama, os amantes de filmes de terror estão muito acostumados com o padrão técnico dos filmes gringos. “Para que esse público respeite o filme de gênero nacional, tem que ter um selo de qualidade dado pelos festivais aqui e de fora. Foi o que aconteceu com o Mal Nosso e várias outras produções recentes que fizeram, acredito eu, que o terror entrasse de vez nas salas e outras plataformas aqui”, explica.
Em “Mal Nosso” conhecemos Arthur, homem com poderes mediúnicos. Avisado pelo seu mentor espiritual que uma entidade demoníaca pretende destruir a alma de sua filha, ele toma medidas drásticas, contratando um serial killer nas profundezas da deep web.
Interior de São Paulo é o cenário
O diretor optou por filmar “Mal Nosso” em Ribeirão Preto (SP) e com atores locais nos estúdios Kaiser de Cinema, no Atelier Arter e no Cemitério Parque dos Girassóis, onde foi montado um circo cenográfico. “Queríamos um lugar silencioso e peculiar, para nós mesmos e também para a cena. A história tem um fundo espírita e é sobre a descoberta do motivo de estarmos aqui. No caso do personagem principal, essa descoberta o leva a uma jornada que culmina em um sacrifício supremo em benefício de algo maior”, adianta Galli.
No elenco estão Ademir Esteves, Ricardo Casella, Antony Mello, Luara Pepita, Fernando Cardoso, Walderrama dos Santos, Gabriela Grecco, Thais Prates, Shirley Viana, Sonia Moreno, Maria Clara Gonçalves, Mari Galves, Nicole Silva, Reinaldo Colmanetti, Maysa Pettes e William Salles.
Festivais e prêmios
“Mal Nosso” participou do Blood Window 2017 em Cannes, México, Chile e no mesmo ano foram mais de 14 festivais, entre eles o Moscow Film Festival (Russia), Frightfest (Reino Unido), Sitges (Espanha), A Night of Horror (Australia), onde recebeu o prêmio de Melhor Diretor, Macabro Film Festival (México) com o prêmio de Melhor Filme de Terror da América Latina, New York Horror Film Festival (Estados Unidos), Irish Film Festival Horrorthon (Irlanda), B-Movie, Underground and Trash Film Festival (Holanda), EERIE Horror Festival (Estados Unidos), Grossmann Fantastic Film and Wine Festival (Slovenia), Pancevo Film Festival (Sérvia), Nightvisions (Finlândia) e Horrorant (Grécia). No ano passado foi selecionado também para o de Sant Cugat (Espanha), Buenos Aires Rojo Sangre (Argentina), Fantaspoa (Porto Alegre), Blood Window Pinamar (Argentina) e Rio Fantastik (Rio de Janeiro), entre outros.
Segundo Galli, para o filme ganhar visibilidade internacional foi necessário desconstruir a fórmula de filmes comerciais: “Com o pouco orçamento que tínhamos em mãos, para competir e entrar nos festivais que entramos, era preciso escrever o roteiro de forma não convencional. É um drama contado com elementos fortes de terror que imprimem o verdadeiro mal de maneira crua e direta, que nos remete aos nossos medos de infância”, avalia.