O Preço de um Resgate (Ransom, 1996) de Ron Howard
O filme: Mel Gibson é o dono de uma companhia aérea que tem o filho sequestrado. Para tranquilizar sua esposa (René Russo), ele decide colaborar com a polícia. Mas o que parece é que a única saída possível é tentar uma tática original para surpreender os criminosos.
Porque assistir: após vencer o Oscar por Coração Valente (1995), Mel Gibson continuou a provar seu talento dramático, em atuação indicada ao Globo de Ouro de melhor ator-drama. E a escolha é uma refilmagem de uma fita de 1956 (Decisão Amarga), habilmente filmado por Ron Howard (de Rush – No Limite da Emoção, 2013)– e assinado por Richard Price (de A Cor do Dinheiro, 1986; Vítimas de uma Paixão, 1989; O Beijo da Morte, 1995; Shaft, 2000).
Lançado com sucesso nos cinemas no final de 1996, o filme policial é uma obra tensa, e que arrebenta em sentimentos de medo e impotência no seio de uma família rica. Após o sequestro do filho, uma série de perguntas são que detonadas: Como uma pessoa que pode comprar tudo no mundo poderá comprar de volta a liberdade do filho? A criança estará mesmo viva? E como ficam os traumas pós-sequestro?
Melhores momentos: a sequência do sequestro, que se passa em uma feira de ciências a céu aberto e cinematograficamente envolve um balão, jogo de olhares e suspense crescente; a tentativa de pagamento do resgate; a proposta/virada do protagonista, quando o mesmo oferece um resgate invertido para encontrar seu filho; a resolução, que tem – novamente – um suspense em ascensão para chegar até à sequência de ação, contida e bem orquestrada.
Pontos fracos: o pouco desenvolvimento do vilão, que também é essencial para o tom de surpresa.
Na prateleira da sua casa: O Preço de um Resgate merece entrar para a coleção do cinéfilo. Sucesso de bilheteria (U$ 309 milhões de dólares no mundo inteiro) e nas videolocadoras na no final da década de 90, a obra chega agora em alta definição (Blu-ray).
Após Um Sonho Distante (1992) e Apollo 13 – Do Desastre ao Triunfo (1995 – indicado como melhor filme, mas não por sua direção), a fita foi a terceira tentativa do cineasta Ron Howard de ser nomeado ao Oscar. Fato que só ocorreria em 2001, e que viria com a vitória, por Uma Mente Brilhante.
Além de Mel Gibson (Oscar de melhor filme e direção por Coração Valente – 1995; indicado ao Globo de Ouro de ator-comédia por O Que as Mulheres Gostam, 2000) e Rene Russo (Thor, 2011; Epidemia, 1995), a fita apresenta um grande elenco de coadjuvantes. Gary Sinise (indicado ao Oscar de coadjuvante por Forrest Gump, 1994) como um policial que se envolve na investigação; Delroy Lindo (de 60 Segundos, 1999), agente especialista em casos de sequestro; os sequestradores Lili Taylor (de Invocação do Mal, 2013), Liev Schreiber (de A Soma de Todos os Medos, 2002) e Donnie Wahlberg (de O Sexto Sentido, 1999).