Há 20 anos estreava um conto de fadas moderno, assinado por Tim Burton. Indicado ao Oscar de maquiagem, “Edward Mãos de Tesoura” (Edward Scissorhands, 1990) é uma espécie da história de um Frankenstein com tesouras no lugar das mãos. Criado por um cientista (Vicent Price, em sua última aparição no cinema), mas acolhido por uma dona de casa suburbana e que se apaixona por pela garota mais bonita do bairro.
No roteiro, todos os elementos de uma história fantástica. Nos deparamos com um protagonista estranho, mas de bom coração, um amor impossível, porém puro, e todas as dificuldades que a sociedade constrói a partir de um ser não compreendido. Algo que relembra também outras histórias de amor, como O Fantasma da Ópera e A Bela e a Fera, que inserem os valores de que a incompreensão e o preconceito levam o protagonista à comportamentos anti-sociais/reclusão, e acaba por reforçar a impressão que sua aparência causa.
Há elementos também de uma sátira à sociedade americana, com suas casas iguais e rotinas convencionais. Além disso, ridiculariza a força que as pessoas fazem para serem aceitas por seus padrões pré-estabelecidos, dentro da normalidade. Ser diferente é ruim, e o medo não custa a aparecer em forma de aversão.
A fantasia estreou na temporada de Natal americano de 1990 (precisamente no dia 7 de dezembro), mas só chegou ao Brasil meses depois, em 24 de maio de 1991. A produção marcou a primeira união do diretor Tim Burton com seu ator preferido, Johnny Depp – indicado ao Globo de Ouro de melhor ator (comédia ou musical). Juntos, trabalham por oito vezes. Aos custo de meros U$ 20 milhões, a obra foi um sucesso, e rendeu U$ 86 milhões em bilheteria mundial.
Mas e se o filme fosse refilmado agora? Quem seriam os escolhidos para uma nova versão? O Clube Cinema faz um exercício de previsão e escala um novo elenco e seu diretor para o suposto remake:
[Arte: Tiago Leite]