Transformers (Transformers, 2007) de Michael Bay
O filme: o futuro da humanidade está em risco. Transformers são duas raças alienígenas robôs, os Autobots e os Decepticons, que desembarcam na Terra, adotando a forma de carros, caminhões, motos, helicópteros e aviões (entre outras formas) com missões antagônicas. Os Decepticons vieram para destruir e escravizar a Terra, enquanto os Autobots buscam manter a paz, defendendo a humanidade. Some a estória militares americanos em busca de um culpado para os acontecimentos e o jovem Sam Witwicky (Shia LaBeouf), que tem em mãos uma peça chave para essa guerra.
Porque assistir: baseado na coleção de brinquedos da Hasbro – que fez gigantesco sucesso nos anos 80, a fita é uma superprodução produzida por Steven Spielberg. O que poderia ser um ferro-velho torna-se uma aventura tunada com um tom nostálgico e divertido. A direção é de Michael Bay, o mesmo de Armageddon (1998) e A Rocha (1996).
Melhores momentos: a primeira transformação do Camaro amarelo, o Bumblebee, de Sam, com o som característico e tudo (impossível de reproduzir com palavras, mas indefectível quando escutado no filme). A apresentação dos Autobots também é incrível, com a grandiosidade necessária e o apuro técnico perfeito. A perseguição na auto-estrada também funciona sem engasgar a marcha.
Bernie Mac faz uma ponta bacana como o vendedor de carros usados, enquanto o premiado John Turturro interpreta o Agente Simmons, um lunático, meio nerd que participa do Setor 7. Completamente louco e com um senso diferente ou a falta dele, Turturro diverte e inquieta o espectador em suas cenas.
Pontos fracos: na parte da sucata começamos pela mocinha. Megan Fox, como Mikaela (o interesse romântico de Sam). Tão bela e sedutora quanto péssima atriz. Limitadíssima, Fox passa boa parte do tempo fazendo poses, caras e bocas de sexy. Consegue, mas não passa disso.
Mais sucatinha, o veterano Jon Voight. Interpretando o Secretário de Defesa John Keller, Voight apenas repete o mesmo papel que já fizera outrora: O de todo poderoso que depois percebe que tudo que fez ou pensava não passou de nada frente aos acontecimentos.
Continuando no ferro-velho, o que dizer da trilha sonora incidental? Em um tom ora triunfalista, ora sentimentalóide, mas totalmente dispensável, a sua trilha consegue irritar a cada acorde disparado. Dá nos nervos de tão ridícula. Um lixo.
As cenas finais pateticamente redentoras, com o pôr-do-sol ao fundo… Argh! O que é que ele está vendendo ali? Parece um comercial de qualquer coisa… E no longa o que não falta é merchandising: Nokia, Burguer King, General Motors… Sem falar da gratuita propaganda bélica americana.
Na prateleira da sua casa: Shia LaBeouf demonstra carisma e segura bem o lado humano da trama, imprimindo seu próprio ritmo ao filme, com tiradas cômicas e desespero verdadeiro impresso em seu rosto frente ao perigo eminente.
Michael Bay não deixa de ser Bay, nem sob a batuta do produtor executivo Steven Spielberg. Suas cenas de ação são orquestradas, por vezes tremidas, outras em câmera lenta e com uma técnica barulhenta que ele faz como ninguém. Sua habilidade em explodir coisas é impressionante. É o DNA da destruição.
Colocando na balança os prós e os contras (meia hora menos de blá blá blá militarista cairia bem), ainda assim o primeiro Transformers é filme-evento divertido. E só. E já é demais.