Um dos principais representantes da comunidade Kuikuro, o premiado cineasta Takumã Kuikuro está no Rio com outros nove indígenas da aldeia Iptase, do Alto Xingu, para participar do Festival Multiplicidade. De 18 até 21 de outubro, o festival internacional terá como foco a cultura indígena, rituais e linguagens artísticas da comunidade, que hoje é uma das mais representativas do país.
Nesta quarta-feira (18), o foco será a produção audiovisual e a linguagem cinematográfica desenvolvida pelos Kuikuro, que já renderam a Takumã 24 prêmios nacionais e estrangeiros pelo documentário ‘As Hiper Mulheres’, que dirigiu com Itão Kuegü, Carlos Fausto e Leonardo Sette. Depois da exibição de seu curta ‘Londres como uma Aldeia’ e do longa ‘As Hiper Mulheres’ no teatro do Oi Futuro, no Flamengo, o cineasta vai participar de um bate-papo sobre a produção audiovisual indígena no Brasil, junto com o antropólogo Carlos Fausto.
Através de uma produção cinematográfica consistente, os Kuikuro defendem e preservam sua cultura, usando esta linguagem artística para se apresentar ao mundo. O Projeto Xingu no Festival Multiplicidade começou em agosto, com uma expedição imersiva de curadores e artistas à aldeia.
Alinhado com a autoralidade audiovisual dos Kuiukuro, o Multiplicidade levou à aldeia tecnologias modernas como o cinema 4K, scanner 3D, equipamentos de Realidade Virtual (VR). Durante 40 dias, fez registros sonoros captados em vários pontos da floresta – dentro do rio, debaixo da terra ou no ar, com drones. O resultado dessa intensa troca de experiências será mostrado no Oi Futuro nos dias 21 e 22, com a exibição de projetos de fotografia, vídeo, literatura, artes cênicas e tecnologias imersivas.
Programação:
QUARTA-FEIRA (18/OUT)
Cinema Kuikuro | 18h | Local: Teatro | Nível 7 | Entrada Franca | Classificação etária: 16 anos | Exibição do longa ‘As Hiper Mulheres’ (Itão Kuegü), de Takumã Kuikuro, Carlos Fausto e Leonardo Sette, 2011; com abertura do curta ‘Londres como uma Aldeia’ (Ete Londres), de Takumã Kuikuro, 2015
20h | Bate papo Cinema Kuikuro | Conversa sobre a produção audiovisual indígena no Brasil com o cineasta Takumã Kuikuro e o antropólogo Carlos Fausto, com exibição do curta Karioka (Karioka, 2013) | Local: Teatro | Nível 7. Entrada Franca | Classificação etária: Livre
QUINTA-FEIRA (19/OUT) | Rituais e Linguagens | Oficinas Kuikuro | Local: Multi_Lab | Térreo. Entrada Franca.
15h | Aula de Karib (língua nativa dos Kuikuros) com Yamalui Kuikuro
15h30 | Oficina de Pintura corporal tradicional Kuikuro com Nega e Tuiuta Kuikuro e a maquiadora Evelyn Falcão; Ilustrações e mapas afetivos com as artistas Ellen Rose e Myllena Araujo
16h30 | Oficina de canto e dança Kuikuro com Jacalo, Jair, Yamalui e Sagigua Kuikuro
18h | Ferdinand Saumarez, especialista em tecnologia da Factum Foundation, fala das mais avançadas técnicas de digitalização de patrimônios culturais em risco e de seu trabalho no Xingu
18h | Instalação ambisônica da Factum Foundation | Local: Teatro | Nível 7. Entrada Franca.
20h | Bate-papo Rituais e Linguagens | – Paul Heritage convida o antropólogo Mércio Pereira Gomes para conversar sobre a situação dos povos indígenas no Brasil | – Apresentação dos artistas Kuikuros: rituais, danças, cantos, lutas e contação de histórias | Local: Teatro | Nível 7. Entrada Franca.
SÁBADO E DOMINGO (21 E 22/OUT)
Xingu Ensemble | De 11 às 20h | Local: Teatro | Nível 7. Entrada Franca.
As experiências e impressões vistas e partilhadas na residência de Clelio de Paula no Xingu, com os índios Kuikuros, irão ser transmitidas em instalações interativas, filmes 360, realidade virtual e tudo mais que for relevante e surgir como arte do imprevisto. Clelio é artista digital, creative coder e fundador da WeSense, laboratório de experiências interativas que desenvolve ativações usando tecnologia e arte.
Sobre o Multiplicidade
Em 2017, o Festival Multiplicidade continua o seu exercício da antevisão no imaginário ano de 2025 e parte do conceito de que até lá é possível transformar o mundo com arte, inquietação, curiosidade, experimentação e poesia. Com curadoria de Batman Zavareze, o evento que une imagem e música através da tecnologia vai fazer BARULHO e esse rompante sonoro é a inspiração de toda a programação desta edição. O barulho que move, que incomoda e que paralisa vai estar entremeado às performances e atividades da 13ª edição do festival, que acontece no Oi Futuro Flamengo de 7 de outubro a 11 de novembro, encerrando com uma ocupação do Armazém da Utopia. O Festival Multiplicidade tem patrocínio da Oi e apoio cultural do Oi Futuro.