Foi um ano atípico. Copa do Mundo e Eleições em pauta. Menos vistos vistos e revistos, e consequentemente um número abaixo de filmes avaliados. Com pouco menos de 200 filmes conferidos em 2014, elaborei a lista de melhores e piores filmes do ano. Para estar elegível, a fita tem de estrear comercialmente entre os dia 1 de janeiro e 31 de janeiro de 2014 nos cinemas, independente do seu ano de produção. Por isso, não se incomode de bater de cara com uma obra de 2013, 2012… è porque essa produção só chegou às telas do Brasil entre janeiro e dezembro.
Entre os piores, o destaque negativo (por mais um ano) são as comédias nacionais, sempre repetitivas e/ou cópias ruins de fitas americanas. Gostem ou não, vamos à lista:
1. Transformers: A Era da Extinção (Transformers: Age of Extinction, 2014) de Michael Bay
O reinício da franquia tem uma “trama” com quatro histórias paralelas que se cruzarão ao final. Primeiro, o governo americano caçam os Autobots, pelo simples fato que não o controlam. Segundo, na missão, há um auxílio secreto de uma raça alienígena até então desconhecida na série. Paralelamente, cientistas criam uma nova geração de robôs, com os restos dos Decepticons. Além disso há uma justifica da existência dos Dinobots… E os humanos? Que humanos? Uma relação pai (Mark Walhberg) e filha (Nicola Peltz) patética, um namorado (Brenton Thwaites) que adora piadinhas ridículas, um empresário-cientista-milionário (Stanley Tucci) e militares malvados vestidos de preto. Um desperdício total de três horas de duração.
2. Juntos e Misturados (Blended, 2014) de Frank Coraci
A pretensa comédia romântica tentar reviver a química de Adam Sandler e Drew Barrymore, em uma viagem para a àfrica com seus respectivos filhos. Mas o roteiro insiste em bater no humor físico (chantilly na cara, montar um avestruz; voar de pará-quedas; masturbação infanto-juvenil) e em piadas repetidas (menina criada como menino; mudança de visual; primeiro amor adolescente; segundo casamento; superação no esporte). Fuen, fuen, fuen…
3. Annabelle (Idem, 2014) de John R. Leonetti
A trama (!?) que se passa antes do ótimo terror Invocação do Mal (2013) é um horror. Pré-continuação completamente desnecessária, seus (supostos) sustos a base de efeito sonoro e aparecimentos bruscos não conseguem meter medo nem em criancinha, o que dirá contar uma história.
4. Frankenstein – Entre Anjos e Demônios (I, Frankenstein, 2014) de Stuart Beatie
Ao recontar a história de Frankenstein e ainda atualizar sua “lenda”, a obra é tão somente uma fita bizarra. A batalha final entre clãs de imortais, entre eles gárgulas toscos, é inacreditavelmente ruim e fecha o caixão de um filme surreal, de tão ridículo. Não serve nem como comédia involuntária e dá pena do trio Aaron Eckhart (Frankenstein), Bill Nighy (o vilão Naberius) e Miranda Otto (Leonore).
5. Transcendence: A Revolução (Transcendence, 2014) de Wally Pfister
Cientista especialista (Johnny Depp) em inteligência artificial, cria uma sistema que assume todo tipo de conteúdo, incluindo emoções humanas. Após a tentativa de extremistas em assassiná-lo, o cientista se transforma no próprio computador para poder sobreviver. Ficção prepotente se tornou um sonífero de ideias e ideais perdidos num roteiro furado. Embaraçoso.
6. Hercules 3D (The Legend of Hercules, 2013) de Renny Harlin
Depois de cinco minutos de “quero ser Troia”, uma vergonha alheia total. A história da “origem do herói” mítico grego é recontada de forma vergonhosa. Não sei o que é pior, se a ação mambembe ou as interpretações de um elenco abaixo da crítica (Kellan Lutz; Gaia Weiss; e Scott Adkins, os piores).
7. Pompeia (Pompeii, 2014) de Paul W.S. Anderson
Cidade histórica, Pompéia foi consumida pelo vulcão Vesúvio. Na trama de tom aventuresco, a erupção do vulcão é um pano de fundo trágico para o romance entre um gladiador (Kit Harington) e uma princesa prometida (Emily Browning). Mas na verdade, Pompeia não resistiu à ruindade do filme e pediu para o vulcão consumi-la. No final só restaram cinzas e uma fita vazia. Dó de Kiefer Sutherland e Carrie Ann-Moss (o Rei e a Rainha).
8. 13º Distrito (Brick Mansions, 2014) de Camille Delamarre
Com um fiapo de roteiro (futuro distópico em que, Brick mansions tem um nível de violência tão alto, que faz com que a Prefeitura abandone o local e cogite explodir o bairro inteiro), coloca no meso bolo um especialista em le-parkour, um traficante local e uma polícia corrupta. Fitinha de ação vergonhosa, o último completo na carreira abreviada de Paul Walker. Acho que nem os fãs do le-parkour gostaram de tal barbaridade.
9. Sex Tape – Perdido na Nuvem (Sex Tape, 2014) de Jake Kasdan
Uma comédia de uma piada só (um vídeo de sexo caseiro é perdido na nuvem da Apple), que não consegue ser engraçado nem por um minuto, fica difícil de se divertir.
10. Comédias nacionais:
Copa de Elite (2014) de Vitor Brandt
Uma paródia dos maiores sucessos do cinema nacional (Tropa de Elite, Bruna Surfistinha, entre outros), a fita é uma colagem de piadas grotescas com a participação de integrantes do grupo Porta dos Fundos + Rafinha Bastos e a ‘cantora’ Anitta. Na ‘história’ há sequestro, policiais atrapalhados em favelas, a visita do Papa e a Copa do Mundo.
Muita Calma Nessa Hora 2 (2014) de Felipe Jofilly
Depois do sucesso do primeiro filme, a continuação reúne as amigas Tita, Aninha, Mari e Estrella em novas aventuras, que incluem um festival de música e a visita a uma vidente. Uma coleção de bocejos.
A Noite da Virada (2014) de Fábio Mendonça
Adaptação da peça “O Banheiro”, de Pedro Vicente, narra uma série de confusões, como descoberta de traição e até um crime, num banheiro de um casal durante uma festa de Réveillon. Muito blá blá blá em tentativas cômicas sem sucesso. Para dormir em pleno ano novo.
Vestido pra Casar (2014) de Gerson Sanginitto e Paulo Aragão
No dia de seu casamento, um mentiroso (Leandro Hassum) rasga sem querer o vestido de uma ex-BBB e é confundido com seu amante. Repetição, caricatura, humor físico e piadas de cunho sexual são jogadas na tela, mas sem nenhum retorno em risadas.
Os Homens são de Marte… E é pra lá que eu vou (2014) de Marcus Baldini
Fernanda (Mônica Martelli), de 39 anos, trabalha organizando casamentos, mas é solteira. Forte devota do amor, a produtora lida com os mais diversos tipos de homem e reserva grande parte do seu tempo à procura do par perfeito. Tem até piada repetida da comédia americana “Missão Madrinha de Casamento” e um clima de quero ser “Sex and the City”, numa comédia romântica travada em clichês.
O Candidato Honesto (2014) de Roberto Santucci
Deputado (Leandro Hassum) é canditado à presidência e está à frente das pesquisas. Mentiroso compulsivo, é muito popular, mas muito desonesto também. Poucos dias antes das eleições, recebe uma mandinga da avó e não consegue mais mentir. É apenas uma cópia descarada de O Mentiroso (1996) – com Jim Carrey – que força a barra para tentar o sorriso alheio. Em vão.
S.O.S. Mulheres ao Mar (2014) de Chris D´Amato
Após ser chutada pelo marido, Giovana Antonelli descobre que o marido vai para um Cruzeiro com a amante. E assim decide embarcar junto com duas amigas tresloucadas. Piadas com álcool, fossa, erros de português (cortesia de Thalita Carauta) e formam uma obra de lugar comum até a última cena.
Júlio Sumiu (2014) de Roberto Berliner
Uma comédia de erros onde um fato puxa outro. Uma dona de casa (Lília Cabral) percebe que o filho sumiu e vai à delegacia para prestar uma queixa. A comédia mistura piadas (ruins) com o tráfico e uso de drogas, policiais desastrados e sucessão de bobagens. Uma escolha infeliz para a talentosa Lília Cabral e vergonha alheia total de Leandro Firmino da Hora, o eterno Zé Pequeno.
Made in China (2014) de Estevão Ciavatta
Regina Casé encarna uma vendedora do popular comércio de rua da Saara, mas que está em dificuldades pela concorrência de um chinês (Tony Lee). Piadas (toscas) sobre concorrência desleal/comércio das ruas, trocadilho com nomes chineses e um romance chinfrim desanimam uma trama boba, bobinha.
Os Caras de Pau em O Misterioso Roubo do Anel (2014) de Felipe Jofilly
Uma socialite contrata Pedrão (Marcius Melhem) e Jorginho (Leandro Hassum) para tomarem de conta do anel Tatu Tatuado de Topázio, uma herança de família. Mas após ser roubado, ‘os caras de pau’ vão atrás do prejuízo. Brincadeira de mal gosto fazer TV na tela grande. Desnecessário.