Operação Sombra: Jack Ryan (Jack Ryan: Shadow Recruit, 2014) de Kenneth Branagh
O filme: Jack Ryan (Chris Pine) está infiltrado numa agência financeira, e, ao farejar negociatas escusas vindo de um cliente da Rússia (Kenneth Branagh), seu mentor (Kevin Costner) o envia para Moscou. Ao descobrir que a jogada envolve um ato terrorista que culminará na desestabilização da economia americana, Jack Ryan aciona a CIA. A ação se situa a partir do atentado às torres gêmeas de 2001 e traz o medo para fatos recentes, ao mesmo tempo que acende os brios patrióticos do protagonista.
Porque assistir: Analista da CIA, que se torna agente de campo pelas circunstâncias arriscadas da missão, Jack Ryan é um personagem que saiu das páginas do escritor Tom Clancy direto para o cinema. Antes interpretado por Alec Baldwin (em Caçada ao Outubro Vermelho, 1990), Harrison Ford (Jogos Patrióticos, 1992; Perigo Real e Imediato, 1994) e Ben Affleck (A Soma de Todos os Medos, 2002) em quatro filmes diferentes, em Operação Sombra (2014) a franquia renasce para recontar a sua origem.
Após estrelar com sucesso os dois novos Star Trek (2009 e 2013) na pele de um ícone da ficção (Capitão Kirk), Chris Pine segura a onda ao entrar em ação pela primeira vez como Jack Ryan. Kevin Costner, cogitado como o 1º Jack Ryan em 1990, cumpre a função de ensinar o caminho tortuoso de matar, mas com o objetivo da missão. Muito bem apresentado como um vilão impiedoso – Kenneth Branagh faz um vilão que escuta ópera, é fã de Napoleão Bonaparte e age violentamente por suas próprias motivações.
Melhores momentos: O acidente de helicóptero, a chegada no apartamento em Moscou (corredor vermelho, atenção perigo eminente na tela), a fuga de um prédio/roubo de dados, seguido de um resgate, além, é claro do terço final com perseguições e muita tensão, onde o espectador é colocado dentro da ação.
Pontos fracos: Sempre essencial como um apoio moral do personagem em outros filmes (principalmente em Jogos Patrióticos e Perigo Real e Imediato, ambos com Harrison Ford), o ponto baixo vai para o envolvimento mais do que necessário de sua noiva (Keira Knightley, ok, ok), especificamente na ação.
Na prateleira da sua casa: o roteiro, assinado pelo estreante Adam Cozard e finalizado pelo tarimbado David Koepp (de Jurassic Park –1993; Missão: Impossível – 1996; e O Quarto do Pânico – 2002), é o 1º da franquia Jack Ryan a não ser baseado em nenhum livro de Tom Clancy. E, apesar de haver apenas um sopro de Guerra Fria no ar – afinal o vilão é Russo, o analista da CIA continua fiel às suas origens. A inteligência vem à frente da ação, e seus relatórios e estudos sobre o inimigo mais uma vez são sustentáculos essenciais da trama.
O retorno de Jack Ryan ao cinema centra forças em sua primeira missão dentro da CIA, e é muito bem resolvido num thriller que ainda conta no elenco com Keira Knightley e Kevin Costner.
Não é exatamente uma fita de ação – não há uma correria ininterrupta, mas suas sequências aceleram muito bem. E conforme a trama afunila, a ação ganha a companhia envolvente da tensão, que cresce também. E, após uma superprodução cheia de efeitos como Thor (2011), Kenneth Branagh prova que dentro de um coração shakespeariano também bate um coração louco por espionagem, ao melhor estilo ‘Missão: Impossível’.
No disco de extras do Blu-ray, mais atrativos para conferir a fita. ‘Comentários de Kenneth Branagh e Lorenzo di Bonaventura’; Especial ‘Jack Ryan: O cara mais esperto’; Cenas inéditas e originais com comentários Opcionais de Kenneth Branagh e Lorenzo Di Bonaventura; Sir Kenneth Branagh: O Czar de Operação Sombra; Especial ‘Jack Ryan: Um Tranquilo Homem de Ação’; Featurette ‘Antigos inimigos retornam’; Disco Bônus: Planejando um suspense global; espionagem americana.