O Juiz (The Judge, 2014) de David Dobkin
O filme: advogado de sucesso, Hank Palmer (Robert Downey Jr.) volta à cidadezinha em que cresceu para o velório de sua mãe, que há muito não via. É recebido de forma hostil pela família e resolve ficar um pouco mais quando seu pai, veterano juiz (Robert Duvall), é apontado pela polícia como responsável pela morte de um homem que condenou há vinte anos. Mesmo não se entendendo com o pai, Hank debruça-se sobre o caso, mas os dois não conseguem conviver amigavelmente e a possibilidade de condenação aumenta a cada revelação.
Porque assistir: além de talentoso e carismático, Robert Downey Jr. conquistou o lastro de astro ao vestir a armadura do Homem de Ferro em suas três fitas solo (2008; 2010; 2013) e em Os Vingandores – Avengers (2012). Mas mantém não apenas o carisma, e sempre consegue se sair muito bem também em papéis dramáticos, conseguindo inclusive indicação ao Oscar de melhor ator, por Chaplin (1992).
Indicado ao Oscar de coadjuvante pela obra, o veterano Robert Duvall faz mais uma vez o velho sábio e resmungão, e de novo, de forma competente.
Diretor David Dobkin veio da comédia – a continuação Bater ou Correr em Londres (2003), o ótimo sucesso Penetras Bons de Bico (2005), o fraco Titio Noel (2007) e o sem graça Eu Queria Ter a Sua Vida (2011), e estreia no drama com um filme ok.
Melhores momentos: os “embates” entre Downey Jr. e Robert Duvall, além dos problemas de saúde do “Juiz”, acrescentando tintas de drama familiar à história. E o encontro entre Downey Jr. e a sempre irresistível Vera Farmiga (indicada ao Oscar de coadjuvante por Amor Sem Escalas, 2009), além da dúvida com a jovem Carla (Leighton Meester, da série de TV Gossip Girl)
Pontos fracos: a direção de David Dobkin oscila muito, entre suas várias camadas e histórias.
Tente acompanhar. A história central é sobre o relacionamento difícil entre o filho advogado “popstar” da metrópole, e o pai juiz respeitável de uma cidade pequena. Entre em cena um atropelamento (vingativo?), portanto haverá um julgamento e entre em cena um antigo desafeto do advogado (Billy Bob Thornton). Além do retorno à pequena cidade e o velório da mãe, no caminho há um divórcio, o reencontro com uma ex-namorada de colégio, uma adolescente – que pode ser sua filha, seus irmãos – um deles doente da cabeça, pré-julgamento e até traições. Ufa.
São tantos personagens que, para dar alguma coesão à obra, alguns são deixados de lado, como a (ex) esposa do protagonista (Robert Downey Jr.), sua filha e um subaproveitamento de Vicent D´Onofrio, Billy Bob Thornton (indicado ao Oscar de ator por Na Corda Bamba, 1996) e Vera Farmiga.
Na prateleira da sua casa: disponível em DVD e Blu-ray, o drama consegue segurar a atenção do espectador com suas muitas histórias paralelas, deixando a sensação de que haverá junção em algumas delas, com sua resolução final.