O Cheiro do Ralo (Idem, Brasil, 2007) de Heitor Dhalia
O filme: Lourenço (Selton Mello) é dono de uma loja de objetos usados. Sem sentimentos ou vida própria, ele é um escroto. Julga os outros como objetos. Tudo se negocia. Na sua vida não existem pessoas, apenas atribuições. Estão lá a secretária, o segurança, a noiva e é claro, a ‘Bunda’.
Lourenço acha que pode comprar tudo, até mesmo um pai, mas quando surge um objeto de desejo em sua vida, tudo pode mudar.
Porque assistir: o texto é genial (baseado num livro de Lourenço Murtarelli) repleto de diálogos e frases que fazem efeito (e consequência).
“A vida é dura”;
“Mulher é tudo igual, se você bobear, os convites vão para a gráfica.”;
“Todo labirinto tem uma saída”;
“Eu queria passar o resto da minha vida ao lado dessa bunda”;
Mas o que diabos tudo isso tem haver com O Cheiro do Ralo? Bem, para ver a bunda, Lourenço vai todo dia comer o lixo da lanchonete, que depois vai para o ralo do banheiro. Tudo soa meio estranho, mas funciona demais.
Melhores momentos: interpretação visceral de Selton Mello e situações bizarramente divertidas, com ecos criativos variando entre Tarantino e Guy Ritchie.
As negociatas de vendas, o encanador e o Cheiro do Ralo, e claro, a obsessão de Lourenço pela ‘Bunda’.
Pontos fracos: seria incapaz de citar. Mas talvez o filme seja pesado demais para as almas mais puras.
Na prateleira da sua casa: é um filme insano e imperdível. Expõe a natureza humana e a confronta com seus próprios demônios. E como é divertido.