Poltergeist – O Fenômeno (Poltergeist, 2015) de Gil Kenan
Para se fazer uma análise justa sobre o novo Poltergeist – O Fenômeno (2015), se faz necessário dissocia-lo do filme original dirigido por Tobe Hooper e produzido (e escrito) por Steven Spilelberg em 1982. Qualquer tipo de comparação entre esse remake e o antológico terror oitentista seria realmente como chutar cachorro morto. Clássico absoluto, marco de um gênero e revolucionário na arte de se fazer cinema a produção dispensa apresentações e certamente dispensaria uma refilmagem.
Após o bom resultado do remake de A Morte do Demônio (2013), a produtora GhostHouse, do mestre Sam Raimi, achou que era uma boa ideia contar novamente a história da família que se muda para uma casa no subúrbio americano. Lá se depara com espíritos malévolos que buscam usar a inocência de sua filha mais nova para conseguir chegar ao mundo real. O motivo é que o local é um antigo cemitério indígena.[tribuna-veja-tambem id=”9372″ align=”alignright”]
O cineasta James Wan já havia recontado a história da “família-que-se-muda-para-uma-casa-assombrada” de forma extremamente eficaz por duas vezes em três anos com os brilhantes Sobrenatural (2010) e Invocação do Mal (2013). Os dois bebem na fonte de Poltergeist, mas principalmente o primeiro, que de certa forma é tão inspirado no tal “O Fenômeno” a ponto de esvaziar o remake oficial de 2015.
Mas o pior de tudo, é que mesmo dando todos os descontos, esse novo filme é algo como vergonhoso, para dizer o mínimo. A produção dirigida por Gil Kenan é um dos piores filmes da recente safra do horror. O Tribuna do Ceará já o havia apontado como um remakes que mais fracassaram, inclusive.
Sem nenhum sinal de vida, a produção parece já morta na largada. O diretor Gil Kenan, cuja única referência apresentável foi realizar a simpática animação A Casa Monstro (2006), parece completamente perdido em um filme de estúdio, feito sob encomenda (será que não aprendem nunca?).
Sem absoluta nenhuma noção de espaço ou ambientação, elementos altamente necessários em um filme de terror, o cineasta se limita ao básico. Nem a artimanha caça níquel de adicionar um fajuto e desnecessário 3D funciona. E o que falar dos efeitos digitais pavorosos que arruínam o clímax do filme?
Substituíram o xamã dos anos 80 – já que a casa fica exatamente sobre um antigo território nativo – por uma espécia de “caçadores de mitos” em forma de reality show. O desaparecimento da criança não se transforma em medo, e a tensão de entrar na escuridão se dá com o uso de uma drone. O resultado não empolga, nem tampouco cria tensão.
Liberados por um talentoso Sam Rockwell (Encalhados, 2014) e uma interessante Rosemarie DeWitt (Homens, Mulheres e Filhos, 2014), o elenco parece não acreditar na própria tensão e apresentam atuações vazias de personagens pouco carismáticos. Resta ao espectador lamentar por mais esse equívoco grotesco e rever o original, esse sim assustador, mas no bom sentido.
Na prateleira da sua casa: as versões em Blu-ray e DVD contem uma versão alternativa do final da história. DVD (R$ 49,90): final alternativo; galeria; trailers do cinema; Blu-ray (R$ 69,90): extras com final alternativo; galeria; trailer do cinema; Blu-ray 3D/2D (R$ 89,90): material especial com final alternativo; galeria; trailer do cinema (Blu-Ray: Versão de Cinema: 93 min. e Versão Estendida: 100 min | Blu-Ray 3D: Versão de Cinema: 93 min).