Baseado no livro de Stephen King, Cemitério Maldito foi adaptado com sucesso ao cinema em 1989. Fez tanto sucesso que o estúdio não demorou para investir em uma continuação, em 1992. Mas tudo deu errado e a história parece que tinha morrido por aí… Mas como os personagens de sua trama, que voltam dos mortos para assombrar os vivos, 30 anos depois estreia nos cinemas o remake de mesmo nome: Cemitério Maldito (Pet Sematary, 2019) de Kevin Kölsch e Dennis Widmyer.
A história é a mesma. [Uma família se muda para uma nova casa, localizada nos arredores de um antigo cemitério amaldiçoado, usado para enterrar animais de estimação, mas que já foi usado para sepultamento de indígenas. Algumas coisas estranhas começam a acontecer, transformando a vida cotidiana dos moradores em um pesadelo.] Mas os sustos apontam para uma renovação esmerada.
Mas essa onde de remakes de filmes de terror, não é novidade nenhuma para o fã do cinema. O Clube Cinema lista e relembra outras 12 refilmagens recentes e aponta quando a nova incursão deu certo, ou não.
Poltergeist – O Fenômeno (1982) é incomparável com o seu remake, que nem com 3D conseguiu fazer cócegas, o que dirá provocar medo. Disparado, um dos piores filmes de 2015.
A Profecia (The Omen, 1976) é um clássico de cinema de horror. Mas o marketing da Fox teve uma ideia genial: aproveitar a data de 6-6-6 do calendário – que também é conhecido como o número do demônio – e lançar um remake nos cinemas. Ficou só no marketing mesmo, pois se não fosse por esse detalhe, nem lembraríamos da nova obra.
Ícone dos “Slash Movies” – sub-gênero do horror, em filmes que possuem um assassino que assassina brutalmente um grande número de pessoas, em um banho de sangue cheio de clichês – até Jason Voorhees (Sexta-Feira 13, 1980) ganhou um remake. Mas distante do filme de 1980, a diversão é passageira até demais.
Freddy Kueger não podia faltar na lista né? Bem, refazer A Hora do Pesadelo (A Nightmare in Elm Street, 1984) é algo que tira o sono de qualquer um, mas a qualidade da refilmagem é tão morna, que dormir de luz apagada é algo normal e possível.
Os dois filmes são bons, mas a partir da mesma história (um adolescente descobre que seu novo vizinho é um vampiro), cada um tem um estilo bem diferente: A Hora do Espanto (Fright Night, 1985) original flerta bem até com a comédia, enquanto o filme de 2011 é puro horror e suspense, com um toque de sensualidade. Cortesia do vampiro de Colin Farrell.
Carrie, A Estranha (1976), primeira obra de Stephen King adaptado ao cinema. E foi um inferno, literalmente. Complicado fazer uma refilmagem assim, então, por mais OK que seja a fita de 2013, não tem como concorrer com o original.
John Carpenter já havia feito uma remake primoroso com o seu O Enigma do Outro Mundo (The Thing, 1982) – inspirado em O Monstro do Ártico (1951) – e o que dizer do remake do remake? Nada. Pronto.
O clima de Piranha (1978) já era de esculhambação total. Filme B assumido, que, após continuações tão trash quanto, ganhou um remake em 2010 que abraça e bebe na fonte do filme original. Tudo certo por aqui.
Halloween – A Noite do Terror (Halloween, 1978) é o clássico Slash Movie, acompanhando o ataque de Michael Myers em plan noite de Dia das Bruas americano. Aproveitando o peso da história e do personagem literalmente matador, a saída foi fazer a mesma história de uma forma diferente. Os números da bilheteria demonstraram que deu certo e outros Halloween vierem depois.
O Massacre da Serra Elétrica (The Texas Chainsaw Massacre, 1973) surpreendeu o mundo e subverteu tudo que sabíamos com a inspiração do horror em “histórias reais”, filmado como se fora a pré-história dos “filmes encontrados”. Refazê-lo igual não dava mais, a História e a tecnologia não permitiria. O jeito foi inventar um novo “Massacre”, e o público pagou para ver.
Suspense rápido, rasteiro, mas extremamente funcional para a proposta de aterrorizar através de um carona psicopata, A Morte Pede Carona (The Hitcher, 1986) tem muito do seu valor também pela química de C. Thomas Howell X Rutger Hauer. Já no filme de 2007, só restou a cópia rasteira adicionada de mortes mais exageradas, finalizando um banho de sangue. Só.
Chegamos ao supra sumo dos remakes. Evil Dead – A Morte do Demônio: Uma Noite Alucinante (Evil Dead, 1981) evidenciou o talento de Sam Raimi com sua história amalucada, mas aterrorizante, além da técnica avançada para a época e com tão pouco dinheiro para produzí-lo. Mas o novo A Morte do Demônio (2013) é terror puro, e se transformou no exemplo perfeito de como as refilmagens deveriam ser: ter a inspiração do original, mas sua dose de originalidade. Palmas!