Looper: Assassinos do Futuro (Looper, 2012) de Rian Johnson
O filme: o ano é 2072 e a viagem no tempo ainda não foi inventada. Mas em 30 anos sim, e uma organização se utiliza da viagem no tempo para exterminar quem for necessário. O modus operandi é enviar o alvo para o passado, onde um matador (o Looper do título) contratado o aguarda em data, horário e local indicado para dar o tiro fatal.
Essa é a vida de Joe (Joseph-Gordon Levitt, de (500) Dias com Ela – com uma maquiagem que implanta parte do rosto e queixo para ficar mais parecido com seu eu do futuro, que um dia sabe que a máfia quer “fechar seu ciclo”, e o transportando de volta ao seu presente/passado, e seu eu do futuro vê, na pele e careca de Bruce Willis (o eterno John McClane, da cinessérie Duro de Matar)
Nosso protagonista quer salvar sua pele, fazer seu pé de meia, ir embora, mas depois do acontecido tem como missão manter o seu futuro (salvador), sem esquecer que precisa eliminar na raiz o surgimento de um elemento maligno maior – construída pelo presente.
Porque assistir: ao misturar uma série de elementos como viagem no tempo, matadores de aluguel, a máfia, uma maligna organização de um homem só e poderes telecinéticos, a obra escrita e dirigida por Rian Johnson desenvolve mais alguns temas, outros menos. Mas o final é um espetáculo e seu resultado é somente possível por causa de sua construção de personagens – os Loopers, e cabe a compreensão do porque dos seus atos, sentimentos e, por fim, suas escolhas.
Melhores momentos: num futuro onde o efeito especial não precisa explodir, pois sua história emerge com maior importância. E com alto grau de inteligência e imprevisibilidade, coisa rara em Hollywood. E isso já é o suficiente para conferi-lo.
Não descarte a história dos telecinéticos e seus poderes, pois terão importância vital para o que você recebe. Além do surgimento de uma organização criminosa através de uma pessoa – ou da fúria dessa pessoa, que teve uma história de brutalidade bem diante de seus olhos e com essa motivação criou-se um monstro assassino.
E ainda tem a maravilhosa Emily Blunt como uma mãe que defende bem sua cria.
Pontos fracos: a mistura de gêneros e informações parece truncar a obra, mas longe disso. A ordem cronológica da história e os possíveis desfechos – diferentes a cada movimento – podem confundir o espectador menos atento.
Na prateleira da sua casa: o filme funciona, e muito (principalmente seu ato final), apenas por causa desse personagem construído, e somente que para a sua estrutura de ação funcione perfeitamente para que seu personagem principal seja, de forma compreensiva, essencial à trama.
Por mais que o subtítulo nacional tente explicar o seu plot, nunca se explicaria nem numa expressão, ou frase. A ficção-científica – que tem momentos acelerados, outros tensos e alguns até dramáticos, pode até ser definida como genial, e merece ser compreendida com todas as suas tramas e subtramas. É um ciclo da vida, feito e refeito de uma forma sensacional.
Extras: veja o processo de maquiagem que aproximou as feições de Joseph-Gordo Levitt e Bruce Willis (em inglês)