5. A Salvação (The Salvation, 2014) de Kristian Levring: Em 1870, em meio a colonos e os fora-da-lei, o imigrante dinamarquês Jon (Mads Mikkelsen) esperou durante anos para trazer sua esposa e filho para os Estados Unidos. Quando finalmente consegue, logo depois que chegam, eles se tornam vítimas de um crime horrível. Produção curiosa, é um filme dinamarquês, porém falado em sua maior parte em inglês e com uma trama de um típico faroeste americana. Forte, violento e muito bem produzido, traz ainda uma ótima atuação de Mads Mikkelsen, cheia de dor e de vingança.
4. Dois Lados do Amor (The Disappearance of Eleanor Rigby: Them, 2014) de Ned Benson: Conor e Eleanor viviam uma relação amorosa feliz e admirável. Um certo dia, sem explicação, as coisas entre os dois começam a dar errado e eles passam a não se reconhecer como antes. Para acompanhar o desejo de ambos em tentar compreender quando e como a relação degringolou, abre-se uma janela para a subjetividade dos relacionamentos amorosos.
Intrigante história de (des)amor, com grande atuações/entregas do casal (!?). Jessica Chastain + James McAvoy (ou seria MacAvoy – Chastain) estão sensacionais ao destilar seus medos, angústias e sofrimentos. Mas também há espaço para um sopro de romance, na descoberta, no antes e na tentativa de alguma coisa depois.
3. O Apostador (The Gambler, 2014) de Rupert Wyatt: Jim Bennett (Mark Wahlberg) é um professor de inglês com uma vida dupla secreta, é um apostador compulsivo durante as noites. Em uma jogada de tudo ou nada – vida ou morte, como gosta o protagonista – o filme entrega tudo. Misto de drama (adulto) e algum suspense sólido, o remake tem diálogos fortes. Aposte e descubra um ótimo filme. Mark Wahlberg tem uma atuação espetacular. Mais magro de que o costume “bombado” em filmes hollywoodianos, o astro destila obsessão no jogo e desdém pela família (leia-se Jessica Lange). Sua esperança atende pelo nome de Brie Larson, uma aluna brilhante de dia e garçonete da jogatina à noite.
2. Ex-Machina: Instinto Artificial (Ex-Machina, 2015) de Alex Garland: A ficção-científica é uma das melhores surpresas de 2015. Trama futurista deveras perturbadora, parte em busca dos mais antigos questionamentos humanos sobre o que nos define como seres inteligentes. Será a nossa consciência? Nossas emoções? A eterna luta pela sobrevivência diante de qualquer condição adversa ou quando decidimos criar Vida e nos tornamos Deuses em um universo desconhecido, rico em possibilidades? Comemorando nossas conquistas, esquecemos que o maior perigo é quando as respostas para cada uma dessas perguntas vão sendo dadas, friamente… e sem pressa. (Adriano Macedo)
1. Beasts of No Nation (Idem, 2015) de Cary Joji Fukunaga: É um filme que antes mesmo de ser lançado já fez história, pois é o primeiro longa de ficção original do Netflix. Bateu recorde de audiência no serviço de streaming, alcançando a marca de mais de 3 milhões de espectadores em uma semana.
“A única forma de deixar de lutar é morrendo”
A história mostra o jovem Abu (Abraham Attah) em meio aos horrores e mazelas de uma guerra civil em algum país Africano não identificado. O filme com excelente apelo estético e trilha sonora emotiva, consegue te transportar para uma realidade tão crua, que o impacto visual com o ímpeto de chocar até o cinéfilo mais “preparado”. Parte dessa condução para a realidade é feita pela performance do veterano Idris Elba e da atuação visceral do jovem Abraham Attah, que na pele do pequeno Abu mostra um amadurecimento forçado que nenhuma criança deve ser submetida. Mudando definitivamente os corações e mentes dos jovens recrutados a lutar por uma causa que eles nem sabem qual é, inserindo o desejo de vingança por quem foi responsável por destruir o futuro desses pequenos homens. (Jean Klécio Gonçalves)
Bônus
Menção Honrosa para Cobain: Montage of Heck (Idem, 2015) de Brett Morgen: Documentário sobre o líder do Nirvana, Kurt Cobain, desnuda seu astro de forma pessoal e interessante. A obra revela curiosidades, suas histórias e tem acesso a arquivos pessoais, incluindo a relação com Courtney Love, seus conflitos familiares e a ascensão da banda que redefiniu o rock nos anos 90 com o grunge do Nirvana. Espaço também para depoimentos de amigos, familiares e até canções inéditas. A banda formada por Cobain, Krist Novoselic e Dave Grohl fez história e até hoje é referência. Para os fãs do rock, especificamente do Nirvana ou mesmo não, é um filme obrigatório.
A despeito de ser inédito nos cinemas, a fita passou em Festivais do Brasil, mas não não estreou comercialmente.