Na pequena cidade de Tulsa, Oklahoma, na década de 50, é comum ver no dia a dia as brigas entre os ‘Greasers’ – pobres que vivem no subúrbio e de cabelos cheios de brilhantina – e ‘Socs’ – que moram no Sul, parte rica da cidade, andam com seus Mustangs pelas ruas, acompanhando das chefes de torcida do colégio. Essa é a trama de Vidas Sem Rumo (The Outsiders), que completa 30 anos em 2013.
Ponyboy Curtis (C. Thomas Howell) é o caçula de uma turma, formada ainda por Darrel Curtis (Patrick Swayze), Sodapop Curtis (Rob Lowe), Two-Bit (Emilio Estevez), Johnny (Ralph Macchio), Dallas (Matt Dillon) e Randle (Tom Cruise). Entre os confrontos de gangues, a vida difícil em quase-famílias e as aulas, o drama assinado por Francis Coppola e baseado num livro de sucesso de S.E. Hinton (The Outsiders) é considerado, até hoje, um retrato dos jovens americanos.
Lançado em 1983, Vidas Sem Rumo foi a salvação do premiado diretor Francis Ford Coppola. Após o desastre de bilheteria da superprodução O Fundo do Coração (1982), sua produtora – a Zoetrope Studios – ameaçou fechar as portas. Porém, o drama sobre jovens delinquentes que lutavam contra a sociedade em forma de jovens ricos, foi um investimento de baixo orçamento (menos de U$ 10 milhões) que rendeu bem (pouco mais de U$ 25 milhões) e salvou a Zoetrope.
Mais que o dinheiro, Coppola revelou talentos. E uma penca deles num filme só: C. Thomas Howell, Patrick Swayze, Rob Lowe, Emilio Estevez, Ralph Macchio, Matt Dillon, Tom Cruise e Diane Lane. Alguns foram estrelas nos anos 80 (Howell; Lowe; Macchio; Estevez) e outros se posicionaram bem até hoje (Tom Cruise, Matt Dillon e Diane Lane). A exceção é Patrick Swayze, com sucessos até meados dos anos 90, mas que depois perdeu uma batalha para o câncer em 2009.
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A edição caprichada em Blu-ray, lançada pela Universal, batizada de “Vidas Sem Rumo – O Romance Completo”, faz jus ao seu lastro de Edição de Colecionador. Em extras incríveis, você descobre, por exemplo, que Coppola só filmou o livro após receber uma carta contendo um abaixo assinado de estudantes americanos.
Nesta edição, o filme foi reeditado pelo diretor, passando de 91 para 114 minutos, numa versão mais aproximada do livro do qual se originou. Mas há muita ainda a ser descoberto, como um reencontro com o elenco (feito em 2003), a leitura de partes do livro, cenas excluídas ou estendidas e mini-documentários que relembram o filme. Mais uma curiosidade, é acompanhar a autora do livro pelas locações reais do filme e saber que ela faz uma ponta no longa. Um belo filme, numa belíssima edição, obrigatório para sua prateleira.