Além dos filmes mais bacanas, esquecidos e surpreendentes de 1993, o ano foi uma boa temporada para o cinema americano. O verão de 1993 foi mágico. Trouxe de volta os dinossauros à Terra com o recordista de bilheteria Jurassic Park – O Parque dos Dinossauros. Eu lembro muito bem do dia em que o assisti. Enfrentei uma fila imensa (mesmo) para me deleitar durante duas horas com a produção fantástica que conjugava sua história com seus efeitos visuais… Resultado imediato: queixo caído e boca aberta no filmão de Steven Spielberg.
Naquele mesmo ano, vários outros sucessos também conquistaram o campo artístico. Uma Babá Quase Perfeita (de Chris Columbus) ganhou o Globo de Ouro de melhor filme e deu à Robin Williams o prêmio de melhor ator (comédia ou musical) a custa de nossas gargalhadas. Outro grande sucesso foi o filme-escândalo de Adrian Lyne, Proposta Indecente, o qual Robert Redford comprava uma noite de amor com a dona de casa vivida por Demi Moore por 1 milhão de dólares.
No lado ainda mais doce da história, um romance atual, mas à moda antiga, com Meg Ryan e Tom Hanks, em Sintonia de Amor (de Nora Ephron) foi o queridinho do público. Kevin Kline foi Dave – Presidente por um Dia (de Ivan Reitman) numa ótima comédia meio Frank Capra, indicada ao Oscar de melhor roteiro. Além de O Jardim Secreto, um drama fantástico baseado num romance inglês clássico, Free Willy foi o filme (de animais) da criançada, que ainda teve música de Michael Jackson e tudo.
Dois diretores veteranos que adoram uma conspiração, Sidney Pollack e Alan J. Pakula foram responsáveis por duas adaptações de livros de John Grisham: A Firma e O Dossiê Pelicano, respectivamente. O autor (advogado) sempre investe em histórias (eficientes) sobre advogados e o mundo criminal. Sylvester Stallone voltou aos holofotes com uma dobradinha: a (decente) aventura sobre alpinismo Risco Total e a ficção (engraçada) de O Demolidor.
Fazendo a linha sinistra e soturna… A (inteligente) continuação A Família Adams 2 (do mesmo Barry Sonnenfeld), não conseguiu repetir o feito da primeira comédia e patinou na bilheteria. Já a produção de Tim Burton (também autor do roteiro), O Estranho Mundo de Jack (dirigido por Henry Selick), uma animação em stop-motion, custou pouco e rendeu bem. Virou cult movie instantaneamente.
O Fugitivo (de Andrew Davis) foi além da alta bilheteria e deu um Oscar (de coadjuvante) à Tommy Lee Jones e levou a produção estrelada por Harrison Ford à disputa do Oscar de melhor filme. Outro filmaço é o blockbuster Na Linha de Fogo (de Wolfgang Petersen), que colocou o agente de segurança do presidente Clint Eatswood frente a frente com o psicopata John Malkovich (indicado ao Oscar de coadjuvante).
Leonardo DiCaprio ganhou sua primeira indicação ao Oscar (de coadjuvante) por Gilbert Grape – Aprendiz de Sonhador (de Lasse Hallstrom). Tom Hanks (ele de novo) Ganhou o Oscar por Filadélfia (de Jonathan Demme), o primeiro filme que falava abertamente da AIDS em Hollywood. Spielberg venceu (finalmente) o prêmio principal – melhor filme e diretor por A Lista de Schindler, que levaria outras cinco estatuetas.
O ano teve ainda a queda do astro Arnold Scharzennegger, com a superprodução O Último Grande Herói (de John McTiernan) massacrado nas bilheterias, a bizarrice da adaptação do game Super Mario Bros. e a tentativa (frustrada) de Sharon Stone (e do roteirista Joe Eszterhas) de repetir o furor de Instinto Selvagem, com o morno Invasão de Privacidade (de Phillip Noyce). Sem cruzadas de pernas, nada feito.