Guerra Mundial Z (World War Z, 2013) de Marc Foster
O filme: Brad Pitt é um devotado pai de família e ex-agente da ONU que é recrutado novamente às pressas para tentar conter a devastação da população mundial. O inimigo são os zumbis.
Através do noticiário acompanhamos o avanço do vírus não identificado até a sua transformação em epidemia. Enquanto prepara o café da manhã para esposa (Mireille Enos, ótima) e suas duas filhas, sabemos que o protagonista, Gerry Lane (Brad Pitt), já passou por missões de grande perigo pelo mundo e que está aposentado para se dedicar à família.
Enquanto isso, os zumbis atacam pelo mundo, mas aparentemente aquela ameaça parece que não pode atingi-los. Ledo engano.
Porque assistir: Brad Pitt num filme de zumbis? Sim! O coração está em dia? Sim ou não, é bom se preparar para grandes emoções. Baseado no livro homônimo de Max Brooks – publicado em 2006, é uma viagem de loucura rumo a aflição.
O produtor Brad Pitt acertou em escalar o ator Brad Pitt. O astro, que construiu sua carreira saindo da posição de galã para se consolidar como um ator respeitável, está perfeito como um obstinado agente de campo que se inspira em sua família para chegar até a salvação de todos. Não haveria ninguém mais adequado ao papel, pois ele mesmo é casado, pai de família e identificado com os atos humanitários.
Melhores momentos: o engarrafamento, onde a qualquer momento o medo tingirá a tela. E atingirá o espectador. Entre os cortes e movimentos de câmera, somos tragados para o meio do desespero de Gerry Lane e família. No olho do extermínio, o engenhoso agente conta o tempo da transformação (11 segundos) e usa a informação ao seu favor;
As visitas a base na Coréia do Sul e Jerusalém (com uma eminente invasão) são tensas e meia. No avião, um grande susto muito bem conduzido por Marc Foster, com a ajuda da eficiente montagem.
Já no País de Gales, um jogo de xadrez entre uma equipe de virólogos, Brad Pitt e os zumbis, que controlam parte da base onde estão instalados.
Pontos fracos: a máquina de refrigerantes (veja e entenda) e o epílogo morno (de narração em off expositiva), auto-explicativo e pedindo uma continuação.
Na prateleira da sua casa: um belo trabalho de edição, que nunca deixa o filme parar, auxiliado pela eficiente trilha sonora de Marco Beltrami. Enquanto o diretor Marc Foster, hábil em dramas pessoais (Em Busca da Terra do Nunca, 2004; O Caçador de Pipas, 2007) e filmes artísticos (A Última Ceia, 2001; Mais Estranho que a Ficção, 2006), mas não tão certeiro no filme de ação (007 – Quantum of Solace, 2008), se superou.
Há um certo drama, bem colocado, numa situação que requer até a dureza da seleção “natural”, o qual as pessoas se enquadram em listas de consideradas essenciais ou não. Mas o livro, que aborda um tempo maior de exposição e luta contra os zumbis (10 anos), investe em subtramas políticas, sociais e econômicas – distante da trama que nos é apresentada.
Ao focar sua história na jornada de Brad Pitt rumo ao impossível, o texto é diluído em favor da emoção. E que funciona muito bem. A cada cena o desespero aumenta e as saídas parecem inexistir. O resultado de Guerra Mundial Z é uma diversão que ultrapassa o mero passatempo e evoca nosso instinto de sobrevivência com um sentimento invisível do qual não se pode fugir: o medo.
Extras:
DVD em versão simples; DVD duplo, com um disco de extras (Especial origens – 8 minutos; Recorrendo à ciência – 7 minutos; Convenção Zumbi); DVD e Blu-ray com Versão Estendida (de 115 para 122 minutos de duração); Blu-ray em versões 2D e 3D (Especial origens – 8 minutos; Recorrendo à ciência – 7 minutos; a produção de WWZ: 36 minutos)