À Procura do Amor (Enough Said, 2013) de Nicole Holofcener
O filme: massagista separada, Eva (Julia Louis-Dreyfus) conhece o também divorciado Albert (James Gandolfini) e engata um romance. Os dois tem muito em comum, inclusive filhas que estão saindo de casa para ir à faculdade. A relação pode se complicar quando Eva se aproxima da poetisa Marianne (Catherine Keenner), sua cliente, que faz revelações sobre seus ex-relacionamentos.
Porque assistir: o elenco (não estelar) é muito, muito bom. Gandolfini (indicado ao SAG de melhor ator) demonstra uma imensa sensibilidade por trás de uma presença intimidadora. Sua parceira de cena (Louis-Dreyfus, indicada ao Globo de Ouro de melhor atriz-comédia ou musical) exala a sinceridade de sua personagem.
No apoio o nível segue alto. Há o casal amigo Toni Collette (indicada ao Oscar de atriz coadjuvante por O Sexto Sentido, 1999) e Ben Falcone (de Missão Madrinha de Casamento, 2011); e Catherine Keenner (indicada ao Oscar de atriz coadjuvante por Quero Ser John Malkovich, 1999) como a poetisa de bom gosto, que acaba por se aproximar de sua massagista.
Melhores momentos: as conversas/flertes entre Eva (Julia Louis-Dreyfus) e Albert (James Gandolfini) deixam sempre o espectador com um sorriso no rosto e ver os dois juntos na tela é de uma simpatia imensa.
Um momento emocionante é a despedida entre pai, mãe e filha, antes da faculdade: “Nós fizemos um belo ser humano”.
Pontos fracos: a relação entre os filhos oscila e a intromissão da melhor amiga da filha da protagonista se aproxima do excessivo. Mas nada que estrague o prazer de ver o filme.
Na prateleira da sua casa: é o penúltimo filme do talentoso James Gandolfini – premiado com o Globo de Ouro por sua atuação na série de TV The Sopranos (1999~2007) – que morreu aos 51 anos em 19 de junho de 2013, vítima de um ataque cardíaco.
Escrito e dirigido por Nicole Holofcener, a mesma dos sensíveis Mulheres com Dinheiro (2006) e Sentimento de Culpa (2010). Seus filmes tem a rara característica de apresentar personagens humanos em momentos de sentimento verdadeiro.
E À Procura do Amor apresenta seus personagens sempre humanos e de sentimentos verdadeiros, numa comédia romântica adulta/madura, sem blá blá blá nem clichês, tão convenientes ao gênero. Só não deixe de conferir essa joia por causa do seu título tão raso e reto para um filme tão bonito, que mostra que aceitar defeitos também é uma prova de amor. E enorme.