O primeiro longa realizado em Hollywood por Alfred Hitchcock chegará aos cinemas brasileiros em nova cópia, restaurada em 2K. Estrelado por Joan Fontaine e Laurence Olivier, Rebecca: A Mulher Inesquecível (Rebecca, 1940) venceu o Oscar de Melhor Filme em 1941 e figura como um dos filmes mais importantes da filmografia do diretor britânico.
A trama se passa no séc. XIX, quando uma jovem e inocente dama de companhia se casa com um belo lorde e vai viver com ele na mansão Man Derley. Max ainda vive atormentado pela morte da primeira mulher em um acidente havido há um ano. A nova esposa é aterrorizada pelas memórias dessa mulher, e se deixa do minar pela governanta da casa.
“Não é um filme de Hitchcock. É uma espécie de conto, e a própria história data do século XIX. Era uma história bem velhinha, bem fora de moda. Naquela época havia muitas escritoras: não tenho nada contra, mas Rebecca é uma história sem humor”, indica o próprio diretor do drama de suspense.
“No início, Rebecca era uma história distante do seu universo, não era um thriller, não havia suspense, era um drama psicológico. Você é que foi obrigado a introduzir o suspense num mero conflito de personagens, e acho que isso lhe permitiu enriquecer seus filmes seguintes, alimentá-los com todo um material psicológico que, em Rebecca, tinha sido imposto pelo romance”, explicita François Truffaut.
Celeste
O lançamento no Brasil marca a estreia da distribuidora Celeste, sediada em Fortaleza (CE). Com foco no circuito alternativo de cinemas e licenciamento de curtas e longas-metragens para plataformas online, seu conceito é descrito como “fora do tradicional”, com recortes dinâmicos, ideias inovadoras e estratégias personalizadas. “Cada filme ou conteúdo necessita de espaços com perfis semelhantes as suas propostas, buscando um objetivo comum: melhorar a comunicação e a relação entre quem faz e exibe”, explica Salomão Santana, sócio-diretor na empreitada.
O lançamento de Rebecca: A Mulher Inesquecível em cópias 2K está previsto para 11 de agosto, em cinemas selecionados do Brasil.
Oscar
Venceu o Oscar de 1941 nas categorias melhor filme e fotografia. Indicado nas categorias melhor diretor, ator (Laurence Olivier), atriz (Joan Fontaine), atriz coadjuvante (Judith Anderson), roteiro, direção de arte em preto e branco, efeitos especiais, edição e trilha sonora.
Curiosidade
Mais de vinte atrizes fizeram testes para interpretar a esposa do Sr. de Winter (Laurence Olivier), entre elas as atrizes Vivien Leigh e Anne Baxter. Como Vivien Leigh era namorada de Laurence Olivier, ele fez pressão para que ela conseguisse o papel da segunda esposa do Sr. de Winter; mas a jovem atriz Joan Fontaine, então com 22 anos, acabou ficando com o papel, e Olivier passou a tratá-la com frieza nos estúdios, fazendo com que ela se sentisse tímida e deslocada. Como era esse exatamente o sentimento que o diretor desejava que ela passasse para a personagem, Hitchcock ordenou que todos no set a tratassem da mesma forma, para assim obter de Joan uma atuação mais vulnerável ao que pedia o perfil da personagem.
Ficha técnica
Direção: Alfred Hitchcock / Produção: Selznick International Pictures e United Artists / Produtor: David O. Selznick / Roteiro: Robert E. Sherwood e Joan Harrison, baseado no romance de Daphne du Maurier, adaptado por Philip Mac Donald e Michael Hogan. Diretor de Fotografia: George Barnes / Direção de arte: Lyle Wheeler / Música: Franz Waxman / Montagem: Hal C. Kern / Elenco: Laurence Olivier (Lorde Maxim de Winter), Joan Fontaine (Sra. de Winter), Judith Anderson (Sra. Danvers), George Sanders (Jack Favell), Nigel Bruce (Major Giles Lacy), Reginald Denny (Frank Crawley), C. Aubrey Smith (Coronel Julyan), Gladys Cooper (Beatrice Lacy), Florence Bates (Sra. Van Hopper), Melville Cooper (médico legista), Leo G. Carroll.