Circuito Fechado (Closed Circuit, 2013) de John Crowley
O filme: após um atentado terrorista num mercado londrino, o único acusado, será defendido por dois advogados (Eric Bana e Rebecca Hall) em situações opostas: um acredita que ele trabalha para o governo, e o outro apenas acredita em sua culpa. Após investigação que envolve uma perigosa teia de segredos e mentiras, e uma possível conspiração, a vida dos dois advogados corre um sério risco.
Porque assistir: como um quebra-cabeças de imagens, o filme é denso e usa mais a inteligência do que a ação. Diálogos movem os personagens e a ação da trama, que mistura elementos de fitas de tribunal, com tons investigativos e filme de/sobre terrorismo.
O thriller inglês cria um belo clima de tensão ao fazer uso das câmeras de segurança/vigilância eletrônica de forma subjetiva, como uma vigília ininterrupta.
Melhores momentos: os diálogos que sempre produzem fatos adiante, como os que acontecem nos encontros entre Jim Broadent e Eric Bana (no hospital e restaurante), Eric Bana e Julia Stiles (na praça) e Rebecca Hall e Eric Bana (no estádio de Wembley e em fuga).
Uma cena em especial demonstra exatamente como estão os protagonistas, Rebecca Hall e Eric Bana (de Te Amarei Para Sempre, 2009), aprisionados com a verdade, ao serem filmados através de uma grade em Wembley.
Pontos fracos: o ritmo é lento e exige concentração do espectador, mas que será recompensado com o poder da obra.
Na prateleira da sua casa: quem assina a obra é Steven Knight, o mesmo de filmes como Senhores do Crime (2007) e Coisas e Belas e Sujas (2002).
O elenco espetacular segura bem a trama. A ótima Rebecca Hall, indicada ao Globo de Ouro de melhor atriz (comédia ou musical) por Vicky Cristina Barcelona (2008); Um contido e amargurado Eric Bana, o Hulk (2003) de Ang Lee e o vilão de Star Trek (2009); O veterano Jim Broadbent – vencedor do Oscar de melhor ator coadjuvante por Iris (2001); e uma boa ponta de Julia Stiles, a mocinha de 10 Coisas que Odeio em Você (1999).
Num mundo de decisões absolutas e um sentimento de injustiça/impotência, viver com medo, mas continuar vivo, é uma opção. E talvez a única.