Autoproclamada como o maior e melhor site de filmes clássicos do Brasil desde 2002, a distribuidora cearense Classicline também tem uma lista considerável de cult movies.
Basta dar uma vasculhada em seu catálogo, e descobrir que de pequenos de filme de Wes Anderson à Claude Lelouch, passando por obras assinadas por Roman Polanski, Terry Gilliam, Christopher Nolan e uma curiosa união de Woody Allen, Martin Scorsese e Francis Ford Coppola. E tem muito mais: adaptação de HQ obscura, clássico mudo francês em edição de luxo com três discos, temáticas LGBT, filme estrangeiro vencedor do Oscar, o último de Luis Buñuel, clássicos da sessão da tarde e um refilmagem polêmica.
Vamos à lista com 15 títulos que merecem figurar na prateleira de todo colecionador:
Amnésia (Memento, 2001) de Christopher Nolan | Sinopse: acompanhamos a história de Leonard Shelby (Guy Pearce), um ex-investigador de seguros que procura o assassino e estuprador de sua mulher. O trauma do crime causa-lhe um espécie de amnésia anterógrada que apaga suas memórias recentes, o que atrapalha suas investigações e o leva ao desespero perante as dificuldades de realizar sua vingança. Quem são seus amigos? Em quem ele pode confiar? Qual é a verdade sobre o que aconteceu? No mundo de Leonard, as respostas e perguntas mudam a cada segundo, e sua busca pode levá-lo a um caminho irreversível.
> Que tal assistir um filme contado detrás para frente? Essa é a proposta do então segundo filme de Christopher Nolan (Batman, O Cavaleiro das Trevas; A Origem). Amnésia surpreendeu com seu roteiro e montagem intrigantes, que foram indicados ao Oscar. Vencedor de vários prêmios, sucesso de crítica e público, a fita policial também concorreu ao Globo de Ouro de melhor filme (drama).
Três É Demais (Rushmore, 1998) de Wes Anderson | Sinopse: Max Fischer (Jason Schwartzman), um rapaz de quinze anos, conseguiu uma bolsa de estudos em Rushmore, uma escola preparatória para jovens de famílias ricas. Apesar de se dedicar a várias atividades extracurriculares, Max corre o risco de ser expulso, em virtude das suas notas serem baixas. Ele se torna amigo de Herman Blume (Bill Murray, indicado ao Globo de Ouro de coadjuvante), um magnata depressivo, e se apaixona por Rosemary Cross (Olivia Williams), uma professora viúva. Contudo ele é muito novo para ela e, além disto, Herman se apaixona por Rosemary e os dois se envolvem, criando uma rivalidade entre os amigos.
> É apenas o segundo filme de Wes Anderson, diretor seis vezes indicado ao Oscar e consagrado por O Grande Hotel Budapeste (2014). Delicioso e com um humor ácido, do início ao fim, venceu o Independent Spirit Award de melhor diretor e ator (Bill Murray). Em 2016, entrou para a posteridade ao ser registrado pelo National Film Preservation Board.
Medo e Delírio (Fear and Loathing in Las Vegas, 1998) de Terry Gilliam | Sinopse: imagine alugar um conversível e ter como destino Las Vegas. Torrar o pagamento de uma matéria que ainda não foi escrita e encher o carro de drogas de todos os tipos. Esse é o ponto de partida da história do jornalista Raoul Duke (Johnny Depp) e seu advogado Dr. Gonzo (Benicio Del Toro), enviados à Las Vegas para cobrir o Mint 400, uma corrida de motos no deserto. Lá eles se encontram numa cidade onde somente drogas poderosas podem fazer com que as coisas sejam ligeiramente normais.
> Baseado no best-seller de Hunter S. Thompson, que revolucionou o jornalismo na época de sua publicação, a obra psicodélica concorreu à Palma de Ouro em Cannes. Dirigido por Terry Gilliam (indicado ao Oscar por Brazil: O Filme, 1985), integrante da trupe inglesa de humor Monty Python, o filme tem pontas de Tobey Maguire, Cameron Diaz, Gary Busey, Ellen Barkin, Harry Dean Stanton e Christina Ricci.
Lolita (1997) de Adrian Lyne | Sinopse: Em 1947, um professor inglês de meia-idade (Jeremy Irons) vai lecionar literatura francesa em uma pequena cidade da Nova Inglaterra. Lá aluga um quarto na casa de uma viúva (Melanie Grifith), mas só realmente decide ficar quando vê a filha dela (Dominique Swain), uma adolescente de 12 anos por quem fica totalmente atraído. Apesar de não suportar a mãe da jovem, se casa com ela, apenas para ficar mais próximo do objeto de desejo. Lolita, por sua vez, mostra ser bastante madura para a sua idade.
> Polêmica adaptação do livro clássico de Vladimir Nabokov, é também um remake do filme de Stanley Kubrick de 1962. A jovem Dominique Swain foi nomeada como uma das revelações do ano (Young Artist Awards/Online Film & Television Association/Chicago Film Critics Association Awards), enquanto o trágico drama figurou entre os 10 melhores do ano pelo National Board of Review. A direção é de Adrian Lyne, afeito à filmes controversos como Infidelidade (2002), Proposta Indecente (1993), Atração Fatal (1987) e 9 e 1/2 Semanas de Amor (1986).
Bent (1997) de Sean Mathias | Sinopse: no período que antecedeu a II Guerra, acompanhamos o drama de Max (Clive Owen) e Rudi (Brian Webber), casal de namorados que vai para o interior tentando fugir da perseguição de Hitler. Uma vez no campo de concentração de Dachau, Max tenta esconder sua homossexualidade ao usar a estrela amarela, que uma forma de identificar judeus, em vez do triângulo rosa usado para ‘marcar’ os homossexuais, julgando assim ser mais fácil sobreviver. No campo, conhece Horst (Lothaire Blutheau), um prisioneiro homossexual que usa com orgulho seu triângulo rosa, e lhe faz perceber que, existe um grande orgulho em poder assumir sua verdadeira identidade sob qualquer circustância.
> Baseado em uma peça de teatro de 1979 homônima de Martin Sherman, o drama conta uma emocionante história de orgulho gay durante a II Guerra Mundial. Esta peça foi a primeira obra de cultura popular a apresentar os gays como vítimas do Holocausto, e ajudou à pesquisa histórica e à realização de documentários retratando o destino dos homossexuais na Alemanha Nazista. O diretor Sean Mathias ganhou o prêmio de Revelação no Festival de Cannes, e a nota curiosa é que no elenco temos as presenças de Mick Jagger e Jude Law.
Minha Vida Cor de Rosa (Ma vie en rose, 1997) de Alain Berliner | Sinopse: Ludovic (Georges Du Fresne) vive com a sua família em um belo e tranquilo subúrbio de Paris. Mas a pacata vida de sua família irá transformar-se quando o pequeno Ludo revela o seu maior sonho: ele tem toda certeza de que quer ser uma garota.
> Divertida e emocionante, essa premiada e comovente história é permeada de fantasia e trata da aceitação das diferenças com uma doçura inigualável. Escrito e dirigido por Alain Berliner (Paixões Paralelas, 2000) figurou na lista de melhores filmes estrangeiros do ano pelo National Board of Review, Satellite Awards, BAFTA, e nomeado ao Globo de Ouro de filme estrangeiro (Bélgica).
O Corvo (The Crow, 1994) de Alex Proyas | Sinopse: o músico Eric Draven (Lee) e sua noiva Shelly (Sofia Shinas) são brutalmente assassinados na noite que precede o Halloween. Um ano depois, Eric volta do mundo dos mortos guiado por um corvo. Inicialmente sem lembranças do ocorrido, ele volta ao seu antigo loft onde recobra as memórias e a dor da morte, e então inicia uma caçada para vingar-se de seus assassinos. O assustador corvo guia Draven em sua jornada de vingança, inimigo após inimigo.
> A produção ficou marcada pela morte do seu astro (aos 28 anos), com filmagens interrompidas, e apenas após um acordo com a família Lee, concluída e lançada. Detalhe, a cena de sua morte está na edição final e pode ser vista no filme. Este conto sobrenatural de vingança é baseado na série em quadrinhos de James O’Barr, e foi dirigida por Alex Proyas (Cidade das Sombras, 1998; Eu, Robô, 2004; Presságio, 2009).
Contos de Nova York (New York Stories, 1989) de Martin Scorsese, Francis Ford Coppola e Woody Allen | Na primeira história, “Lições de Vida” (Life Lessons), Lionel Dobie (Nick Nolte), um famoso artista plástico, fica arrasado quando Paulette (Rosanna Arquette), sua namorada e assistente, planeja abandoná-lo (Dirigido por Martin Scorsese) | Na segunda, “A Vida Sem Zoe” (Life Without Zoe), Zoe (Heather McComb), uma menina, vive esquecida em um hotel de luxo enquanto seus famosos pais (Talia Shire e Giancarlo Giannini) viajam o mundo (Dirigido por Francis Ford Coppola) | Na terceira, “Édipo Arrasado” (Oedipus Wrecks), Sheldon Mills (Woody Allen) é um advogado que não consegue se libertar da mãe dominadora, interpretada por Mae Questel (Dirigido por Woody Allen).
> Uma declaração de amor à NY em forma de contos, que reúne um trio de mestres do cinema, Martin Scorsese (Oscar por Os Infiltrados, 2006), Francis Ford Coppola (Oscar por O Poderoso Chefão I & II) e Woody Allen (Oscar por Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, 1977).
Elvira, A Rainha das Trevas (Elvira, Mistress of the Dark, 1988) de James Signorelli | Sinopse: Elvira (Cassandra Peterson) é a anfitriã de um programa sobre filmes de terror, mas tudo pode mudar quando ela herda da tia Morgana (Cassandra Peterson) uma velha mansão em uma pequena cidade. Ela sonha em vender a casa e ir para Vegas, mas para isso tem de enfrentar os adultos da cidade, que ficam espantados com o modo como ela se veste e se comporta. Mas tudo pode mudar quando descobre um ‘livro de receitas’ que lhe dará poderes de uma bruxa.
> Clássica da matineé, é o tipo de filme tão ruim que é bom. Comédia rasgada, com uma pitada de malícia e muito humor físico. Muito mérito para a inesquecível Cassandra Peterson, como a personagem título. Uma das cenas mais cômicas da história: o piquenique a favor da moralidade, que termina em uma pegação hilariante.
A Festa de Babette (Babettes Gaestebud, 1987) de Gabriel Axel | Sinopse: Em uma remota aldeia na Dinamarca do século 19, Martina e Philippa são filhas de um pastor protestante que prega a salvação através da renúncia. A dupla sacrifica a juventude em nome das obrigações, e após a morte do pai, permanecem resignadas. Com a chegada de Babette, refugiada da guerra civil na França, a vida do pequeno povoado ganha um novo sabor. E quando uma notícia muda suas vidas, a forasteira francesa oferece um banquete inesquecível.
> Indicado ao Globo de Ouro e vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro (Dinamarca), o drama de Gabriel Axel é um banquete para os olhos e para a alma. Décadas após seu estrondoso lançamento, a obra premiado (Prêmio Ecumênico no Festival de Cannes, e o BAFTA de filme estrangeiro) ainda é um verdadeiro deleite a ser degustado.
Esse Obscuro Objeto do Desejo (Cet Obscur Objet Du Desir, 1977) de Luis Buñuel | Sinopse: Fernando Rey é Mathieu, um viúvo torturado por seu desejo pela elusiva Conchita. Com subversiva ostentação, Buñuel usa duas atrizes diferentes no papel principal – Carole Bouquet, uma beleza francesa sofisticada, e Ángela Molina, uma coquette espanhola, para entregar uma história onde Mathieu e Conchita manipularão seus desejos cada um tentando ganhar absoluto controle sobre o outro.
> Tirado do romance de 1898 de Pierre Louÿs, La Femme et le Pantin, o último filme de Luis Buñuel é um jogo sexual estonteante, repleto de erotismo, fechando com chave de ouro o conjunto da obra de um diretor constantemente preocupado em retratar o desejo humano. Premiado com o National Board of Review de melhor filme estrangeiro, direção e eleito um dos melhores do ano, concorreu também ao Globo de Ouro de filme de língua não-inglesa (França/Espanha). No Oscar foi nomeado aos prêmios de roteiro adaptado e filme estrangeiro (Espanha), e na Espanha concorreu ao César de roteiro e direção.
O Inquilino (Le locataire/The Tenant, 1976) de Roman Polanski | Sinopse: Trelkovsky (Roman Polanski), um polonês que está vivendo na França, aluga um apartamento em um estranho e antigo edifício residencial, onde seus vizinhos, que na sua maioria são velhos reclusos, o observam com um misto de desprezo e suspeita. Ao descobrir que Stella (Isabelle Adjani), a última inquilina do apartamento, era uma mulher jovem e bela que cometera suicídio ao pular da janela, Trelkovsky gradativamente fica obcecado com a mulher morta. A obsessão e o clima do local, mesclado com o comportamento incomum dos vizinhos, faz Trelkovsky se convencer de que seus vizinhos planejam matá-lo.
> Após a indicação ao Oscar com Chinatown (1974), Polanski retorna à França após sua condenação pelo estupro de uma adolescente de 13 anos. Sua resposta artística é um mergulho denso e violento na mente de um homem atormentado por si mesmo. Um suspense psicológico sobre a perda da identidade, de e com Roman Polanski, um monstro à frente e por trás das câmeras. A obra concorreu à Palma de Ouro em Cannes.
Viver por Viver (Vivre pour vivre, 1967) de Claude Lelouch | Sinopse: Robert Colomb (Yves Montand) é um famoso âncora de televisão casado com a bela e inteligente Catherine (Annie Girardot), embora seja um marido infiel desde o princípio. Em mais uma de suas aventuras e trocas de amantes, ele conhece e se encanta com a jovem Candice (Candice Bergen) e depois passa a mantê-la em Amsterdam. Ele revela seu caso a Catherine, que se cala. Ao ser convocado para cobrir a guerra no Vietnã, termina com Candice, e pensa em voltar para Catherine, sem saber que ela já havia decidido seguir sua vida sozinha.
> Do consagrado diretor francês, Claude Lelouch (Oscar de roteiro original e filme estrangeiro pelo clássico Um Homem, uma Mulher, 1966), um triângulo amoroso com grandes interpretações de Yves Montand, Candice Bergen e Annie Girardot. O romance dramática ganhou o Globo de Ouro de filme estrangeiro (França), além de indicado nas categorias de canção original e trilha sonora. No Oscar, concorreu também como filme estrangeiro (França).
As 7 Faces do Dr. Lao (7 Faces of Dr. Lao, 1964) de George Pal | Quando Dr. Lao (Tony Randall), um gentil chinês de 7.322 anos, chegar em Abalone, Arizona (EUA), a vida dos moradores nunca mais será a mesma. O motivo é que o circo de Dr. Lao tem atrações inigualáveis: o Abominável Homem das Neves, Merlin, Medusa, Pan, Apolônio de Tiana e a Serpente. Mas e aí, qual face vai revelar quem você é?
> Tranquem as portas! Bloqueiem as janelas! Dr. Lao está chegando à sua casa em DVD. Fantasia clássica de 1964, que evoca as melhores sessões da tarde, a aventura recebeu um Oscar Especial pela maquiagem incrível produzida por William Tuttle para compor todos os personagens interpretados pelo ator Tony Randall. A produção também foi indicada ao Oscar de Melhores Efeitos Especiais, se tornando um clássico inesquecível da sessão da tarde.
Os Vampiros (Les Vampires, 1915) de Louis Euillade | Sinopse: Guérande (Edouard Mathé) é um jornalista que está investigando uma misteriosa sociedade de bandidos anarquistas que se autodenominam ‘Os Vampiros’. Apesar de não beberem o sangue dos vivos, Os Vampiros são os monarcas sem coroa do submundo do crime, e enquanto Guérande luta para aprender a extensão total de suas atividades ilegais e a verdadeira identidade dos líderes Grande Vampiro (Jean Aymé) e Irma Vep (Juliet Musidora), ele aprende muita coisa sobre a sua inteligência, astúcia e traição.
> Clássico cultuado e que ficou na história do cinema francês, é um lançamento de luxo em digipak com 3 discos, num total de 417 minutos. A Cinessérie muda de 10 capítulos dirigida por Louis Feuillade possui um roteiro intrincado, faz uso imaginativco de suas locações, com um estilo que beira o surreal. O lançamento foi nomeada ao Saturn Award.