Desconhecido (Unknow, 2011) de Jaume Collet-Serra
O filme: ao chegar à Berlim, acompanhado de sua esposa, para uma palestra, pesquisador sofre acidente de trânsito e entra em coma. Acorda após três dias e descobre que outro homem roubou sua identidade. Sua obstinação em descobrir a verdade (se é que ela existe) é que move toda a (intrincada) trama.
Porque assistir: plantar interrogações. Esse parece ser a maior qualidade do thriller, que é todo tingido entre tons azuis e acinzentado, para demonstrar frieza e a (sugestiva) imprevisibilidade da trama.
Depois de arrebentar meio mundo de gente, em busca de sua filha sequestrada na França em Busca Implacável (2008), Lian Neeson emplaca mais um filme de ação e espionagem, só não espere cenas espetaculosas. A aposta é em nuances mais investigativos com ação cadenciada. Há uma perseguição aqui, um embate acolá, e a ação desenfreada mesmo só surge com gosto de gás no ato final.
Melhores momentos: além de Neeson, que traz uma certa confiabilidade para a truncada trama, um ótimo elenco de apoio. O melhor papel é de Buno Ganz, como um oficial aposentado da inteligência alemã, que tenta ajudar o desmemoriado médico a reencontrar a verdade. Sua última cena é de uma dignidade sensacional.
Diane Kruger é a esposa (será mesmo?) que se torna um mistério para o protagonista. O sumidão Aidan Quinn aparece como o dublê (ou será o real?) médico, para complicar ainda mais a história. January Jones é uma taxista que acaba se envolvendo com a trama, após sofrer um acidente ao lado do protagonista. Frank Langella surge com ar misterioso, mas é um agente expositor de uma ou mais verdades.
Pontos fracos: nem tudo é tão complexo quanto parece ser, pois o emaranhado de informações vai se desfazer num final que descomplica tudo para o espectador.
Na prateleira da sua casa: Desconhecido, o filme, é algo entre Busca Frenética (88) – troque Paris por Berlin, A Identidade Bourne (2001) – em busca da identidade perdida, e o próprio Busca Implacável (2008) – Lian Neeson entra em ação. Uma sugestão de título auto-explicativo? A busca frenética (quase) implacável pela identidade desconhecida.