O gênero proposto é uma ficção-científica pura. O cenário, o espaço sideral, mais precisamente dentro de uma estação espacial. Os personagens, seis astronautas, em uma missão internacional que descobre uma forma de vida fora da Terra. Posto isso, Vida (Life, 2017) de Daniel Espinosa, pode ser visto como uma nova versão de ‘Alien, O Oitavo Passageiro’ (1979), e na verdade, poderia se até se chamar “Calvin, o sétimo passageiro”…
O objetivo da missão é o de estudar amostras coletadas no solo de Marte por um satélite. E daí que surge o tal Calvin, um ser unicelular, despertado por Hugh Derry (Ariyon Bakare) em seus estudos no laboratório da estação espacial. Inicialmente celebrada por ser a primeira forma de vida encontrada fora da Terra… Mas de cara dá para sentir que isso não vai acabar bem, e este ser se desenvolve de forma bastante rápida, ganhando novas células e uma uma força inimaginável. Treta armada, salve-se quem puder?
Bem conduzido pelo diretor Daniel Espinosa (do bem sucedido Protegendo o Inimigo, 2012), a trama acerta também em não nomear um protagonista dentro da trupe, composta de dois americanos (Jake Gyllenhaal e Ryan Reynolds), dois ingleses (Rebecca Ferguson e Ariyon Bakare), um japonês (Hiroyuki Sanada) e uma russa (Olga Dihovichnaya). Ou seja, qualquer um pode ser a próxima vítima. O roteiro que aposta na tensão crescente é uma colcha de retalhos funcional, assinado pela mesma dupla de Zumbilândia (2009) e Deadpool (2016), Rhett Reese e Paul Wernick.
Com a ajuda de uma trilha sonora maravilhosa (Jon Ekstrand, de Crimes Ocultos, 2015), direção de arte bem conceituada, a história se entrega ao clima de horror no espaço, sempre baseado em um jogo de “caça e caçador”. Aqui, o tal alienígena forjado no laboratório espacial ameaça cada vez a tripulação, e a obra se movimenta bem até o suspiro final. Se já vimos esse filme antes? De certa forma sim, mas a mistura entre Alien e Gravidade funciona bem na tela grande e prende atenção até a sua última sequência.