‘Os Smurfs 2’: continuação infantil até demais
Depois do sucesso de bilheteria da adaptação do desenho animado homônimo (de Peyo) em 2011, Papai Smurf, Smurfette e companhia estão de voltam em Os Smurfs 2 (The Smurfs 2, 2013) na comédia infantil que mistura de animação, CGI, 3D e atores de verdade.
Após ficar preso na Terra, o feiticeiro Gargamel se torna uma atração no mundo inteiro com seus espetáculos de magia. Determinado em roubar a ‘essência mágica dos Smurfs’, o vilão cria duas pequenas criaturas (Vexy e Hackus) semelhantes aos pequenos azuis.
Para colocar em prática seu plano maligno, Vexy é enviada ao mundo dos Smurfs e sequestra Smurfette. Gargamel, Cruel, Vexy, Hackus e Smurfette vão então para Paris, onde o feiticeiro prepara sua jogada final. Papai Smurf organiza uma missão de resgate e com a ajuda Patrick, Grace e Azul partem para a ação.
Quando o primeiro filme estreou em 2011 me diverti e achei bonitinho. Escrevi na época que, a adaptação do desenho animado da TV das aventuras dos pequenos azuis que viviam na floresta e eram ameaçados por um maligno Gargamel e seu gato Cruel, é uma obra infantil sim. Mas com ressalvas positivas, pois a comédia aventuresca cumpriu bem o papel de divertir toda a família e deixar uma mensagem universal de amor.
Já sua continuação abusa da infantilidade. Sim, claro que o filme é feito e recomendado para as crianças, mas insistir em piadas físicas repetidas é demais. E tem mais. A história é praticamente a mesma do primeiro – troque Nova York por Paris, tire a trama publicitária, acrescente os personagens (bizarros) Vexy e Hackus, insira uma mensagem da importância do papel do pai – independente de quem seja, e pronto.
Ok, ok, os pequenos podem até se divertir, mas garanto que os adultos contarão os minutos para o fim. Diferente de muitos outros filmes essencialmente infantis, mas que são inteligentes e divertem muito mais a família inteira (só para citar dessa temporada, Meu Malvado Favorito 2; Universidade Monstros). Mais uma vez a abertura na vila Smurf é o melhor (e mais engraçado) momento do filme, mas o efeito 3D se perde no meio da trama. A nota positiva é que os efeitos especiais (principalmente envolvendo o gato Cruel e as magias de Gargamel) melhoraram muito. Mas isso não salva o filme.
Maldição das continuações
Diretor do primeiro filme, Raja Gosnell retorna ao comando do filme e confirma sua maldição com as continuações de filmes que adaptam desenho animados de sucesso. Acompanhe comigo. Gosnell dirigiu em 2002 o sucesso de bilheteria Scooby-Doo (U$ 275 milhões em todo mundo). Ele voltou para sua continuação em 2004 (Scooby-Doo 2) – mais cara – e com um resultado foi abaixo do esperado (U$ 181 milhões no total).
Com Os Smurfs (2011), a maldição se repete. O primeiro rendeu U$ 563 milhões, enquanto sua continuação (2013) rendeu cerca de U$ 206 milhões ao redor do mundo. Contudo o estúdio da série (Sony) marcou a estreia de um terceiro filme para 24 de julho de 2015. Por enquanto.