Em 2001, Monstros S/A (Monsters Inc.) foi apenas o quarto longa-metragem da Pixar, em período que a Disney era apenas a distribuidora de deus filmes. Hoje a Disney detém a Pixar, como seu principal braço de animação. Mais rentável (e imaginativa) até que as próprios produtos puro sangue da Disney. As aventuras de Sulley e Mike rendeu U$ 290 milhões nos EUA (e um total de U$ 528 milhões mundialmente).
De sucesso-surpresa de 2009, o primeiro Meu Malvado Favorito (Despicable Me), com mais de U$ 251 milhões (somente nos EUA com um total de U$ 543 milhões ao redor do mundo) se tornou o gatilho da expansão da Ilumination Animation, produtora de animação associada à Universal Pictures.
E as duas animações possuem muitas coisas em comum. Primeiro o toque humano (leia-se a menina Boo em 2001 e as orfãs em 2009) em suas histórias, que transformam seus protagonistas.
O medo que geram os gritos em busca de energia foram substituídos por alegria e risadas provocadas pelos Monstros. E na história do vilão Gru que queria roubar a Lua e ser reconhecido como o mais malvado da história, mas teve o coração amolecido ao se tornar (involuntariamente) um pai adotivo de três crianças. Com isso, as duas animações viraram mania entre pequenos, adolescentes, jovens e até adultos.
Segundo que as duas produções estão na lista das 10 animações mais vistas da história. E por fim chegam ao inevitável passo seguinte: a continuação é inevitável. E chegamos até elas.
Universidade Monstros
A Pixar/Disney, que ultimamente tem demonstrado interesse em investir em continuações e ideias recicladas, vide Carros 2 (2010) e seu próximo lançamento Aviões (2013), com personagens do universo de Carros (2006), inovou e produziu a primeira pré-continuação (chamada prequel) do cinema.
Diferente do resultado pífio da segunda aventura sobre quatro rodas, que transforma o corredor Relâmpago McQueen num agente secreto, o novo “Universidade Monstros” (Monsters University, 2013) de Dan Scallon, consegue encantar o público. No mesmo nível da primeira continuação de Toy Story (2, 1999), mas ainda longe do neoclássico Toy Story 3 (2010).
Em Monstros S/A, todo mundo sabe que Mike Wazowski e James P. Sullivan são uma dupla inseparável. O que a nova animação nos mostra é como eles se conheceram – dentro da universidade, e como essa amizade se tornou tão forte quanto fraternal. Mike sempre foi o estudioso, mas nunca assustou ninguém. Sulley vem de uma família de assustadores e é popular. Mas um incidente deixa a dupla a um passo de serem expulsos da universidade. Apenas uma olimpíada de sustos pode reverter a situação.
A mensagem é clara. A amizade supera fronteiras, e por mais que seja diferente, com suas qualidades você sempre pode vencer. Até temas como o bullying são tratados de uma forma correta. E claro, o humor é um ingrediente que não pode faltar, apesar dos clichês de competições escolares/esportivas.
Como ponte com o primeiro filme – que se passa tempos após a Universidade Monstros – como a visita à empresa Monstros S/A, o surgimento do vilão Randy e uma ponta da supervisora rabugenta do primeiro. Ah, e os divertidos créditos finais conta uma história que firma de vez a relação com o anterior. Só faltou a Boo…
Meu Malvado Favorito 2
Já “Meu Malvado Favorito 2” (Despicable Me 2, 2013) de Pierre Coffin & Chris Renaud, aposta no certo. E acerta de novo. Os Minions (os ajudantes amarelinhos de Gru) continuam roubando todas as (hilariantes) cenas. O vilão que não é tão vilão assim continua o paizão em tempo integral para as (fofas) crianças Edith, Margo e Agnes.
E claro, há um perigo desconhecido que pode muda o dia a dia de Gru, as crianças e dos Minions. Já o esquisito Dr. Nefrário – inventor maluco e braço direito de Gru – parte para um emprego mais vantajoso e maligno. A ameaça é detectada pela Liga Antivilões, e Gru é convocado para, junto com a agente Lucy Wilde, encontrar um vilão que pretende utilizar um soro maligno para dominar o mundo.
Além dos números musicais do Minions – sensacionais, do ciúme paterno de Gru, suas esquivadas quando tentam lhe arranjar uma namorada e sua parceria – digamos, química – com Lucy Wilde. Ah, e mais uma vez, os créditos finais brincam ainda mais com o uso do efeito tridimensional, estrelados por eles, os Minions! (Filme-solo, já!).
Vozes
Adoraria ouvir as “interpretações” das vozes originais das animações. Em Universidade Monstros, Billy Crystal é Mike Wazowski, John Goodman é James P. Sullivan, Helen Mirren faz a diretora Hardscrabble e Steve Buscemi é Randy.
Em Meu Malvado Favorito 2, as vozes são de Steve Carell (Gru), Benjamin Bratt (El Macho), Russell Brand (Dr. Nefario), Krist Wiig (Lucy Wilde) e Ken Jeong (Floyd), mas temos de nos contentar com a dublagem nacional, que funciona na base do exagero com Gru (Leandro Hassun) e Lucy Wilde (Maria Clara Gueiros) e um horripilante El Macho, na voz de Sidney Magal.