Planeta dos Macacos – O Confronto (Dawn of the Planet of the Apes, 2014) de Matt Reeves
O filme: dez anos após a conquista da liberdade, César (Andy Serkis) e os demais macacos vivem em paz na floresta próxima a San Francisco. No local, os macacos desenvolveram uma comunidade própria, baseada em apoio mútuo e proteção. Em paralelo, os humanos enfrentam uma das maiores epidemias de todos os tempos, causada por um vírus criado em laboratório, e tentam sobreviver sem energia elétrica e com níveis de mantimento reduzidos.
Um grupo liderado por Malcolm (Jason Clarke), o único que conhece bem os símios, e que tenta agir pacificamente e impedir que um confronto entre as raças, planeja entrar na floresta para reativar uma antiga usina, instalada bem no meio da nova sociedade símia.
Porque assistir: após o espetacular Planeta dos Macacos – A Origem (2011), que reiniciou a saga dos símios baseado no livro de Pierre Boulle, sua continuação imediata mantém o alto nível da obra.
A ficção usa seu efeitos (bem) especiais, no caso o recurso de filmar com atores reais (a captura de movimentos) e refazê-lo com a “dublagem visual” das cenas com macacos, para inserir emoção e dar vazão ao sua trama em cada fotograma. Um roteiro que continua sua história de maneira digna, tensa e que aborda o ser humano (e suas atitudes) e o ato de perdoar.
O elenco é incrível. O casal pacifista, Jason Clarke (de O Grande Gatsby, 2013) e Keri Russell (de Missão Impossível III, 2006) e Gary Oldman (de O Profissional, 1994) – o dito líder dos humanos, que deseja passar por cima daquela que julga ser uma espécie inferior (macacos) – são o tripé humano da trama. Andy Serkis (Planeta dos Macacos – A Origem) é o “cara” quando se fala em captura de movimentos, e mais uma vez, arrebenta como César. Todo o sentimento dom undo passa pelo seus olhos e sua interpretação corporal.
Melhores momentos: o primeiro encontro entre humanos e macacos; o encontro entre César e Malcolm; o confronto entre macacos e humanos. Na verdade, todos os momentos em César aparece, com uma “interpretação” fantástica e real de Andy Serkis.
O filme inicia ao sair de dentro dos olhos de César, e a sua visão da San Francisco apocalíptica é arrebatadoramente suja, acabada. É bem mais soturna que seu primeiro filme, mas funciona pela angústia provocada pelo tal confronto do título.
Pontos fracos: para situar o espectador, de forma meio videoclipada, explica-se no início o que aconteceu entre o primeiro e o segundo filme. E a ação é necessária, mas explorada ao extremo na parte final do longa, o que pode suplantar o drama, tão importante para pavimentar as emoções da fita.
Na prateleira da sua casa: lançado em DVD e Blu-ray, ambos com bom conteúdos de extras. No DVD há o espacial Andy Serkis: Redescobrindo César; Galeria de foto; Trailers; e uma ‘Espiadinha no próximo filma da Fox: “Êxodo: Deuses e Reis”’. No Blu-ray o conteúdo é mais substancial. Cenas Excluídas; A jornada até O Confronto; Andy Serkis: Redescobrindo César; Humanos e macacos: O elenco de O Confronto; O Mundo de O Confronto; A comunidade símia; Mover-se como um macaco: o meio do artista; A Weta e O Confronto; A luta pelo recomeço; Comentário em Áudio; Galeria; Trailers; e ‘Espiadinha em “Êxodo: Deuses e Reis”’.
A ficção se passa depois de Planeta dos Macacos – A Origem (2011) e antes de O Planeta dos Macacos (1968) e em sua refilmagem, O Planeta dos Macacos (2001). Da franquia original foram realizadas quatro continuações: De Volta ao Planeta dos Macacos (1970), Fuga do Planeta dos Macacos (1971), A Conquista do Planeta dos Macacos (1972) e A Batalha do Planeta dos Macacos (1973).
Do mesmo diretor de Cloverfield – Monstro (2008) e Deixe-me Entrar (2010), é uma superprodução que põe o espectador para pensar, e que ainda instiga discussões sócio-ambientais. Principalmente sociais e até políticas. Uma diversão com inteligência e que ainda deve render muitas outras histórias no cinema. Um fita excelente, e que sabe divertir ao suscitar temas como liberdade, humanidade, sociedade, moral e ética, de uma maneira divinamente sombria e aterrorizante.