Tiveram início nesta semana, no município de Franco da Rocha, em São Paulo, as filmagens subaquáticas de Pluft, primeiro longa-metragem brasileiro infantojuvenil em 3D. A diretora Rosane Svartman vai rodar durante duas semanas num verdadeiro estúdio submerso, montado dentro de uma piscina de seis metros de profundidade na Escola Superior dos Bombeiros (ESB), a maior da América Latina para filmagens do tipo, as cenas em que irá inserir o “efeito fantasma”.
Para ter mais segurança durante esse processo e também atuar debaixo d’água, os atores Nicolas Cruz (Pluft), Fabiula Nascimento (Dona Fantasma), Cacá Mourthé (Prima Bolha), Zé Lavigne (Tio Gerundio) e Ricardo Kosovski (Sr. Flatus), que integram o núcleo de fantasmas, tiveram que se submeter a treinos de apneia e aulas de mergulho. Por conta das experimentações técnicas, o filme, que tem produção de Clelia Bessa, da Raccord Filmes, coprodução da Globo Filmes e distribuição da Downtown e da Paris Filmes, marca um grande avanço em termos tecnológicos e de pós-produção na história do audiovisual brasileiro.
“Essa segunda fase (o mundo fantasma) é praticamente outro filme. Pelo fato de toda a filmagem dessa fase ser subaquática, tivemos que adquirir outros conhecimentos, diferentes de uma produção com que estamos acostumados. Um exemplo é que, boa parte da nossa equipe não fez a primeira fase, tivemos outros perfis de profissionais. Tivemos que adquirir na marra, depois de muitos testes, conhecimentos de produção, técnicos, artísticos, enfim, está sendo desafiador. E o melhor: estamos fazendo tudo com profissionais brasileiros, o que comprova o amadurecimento do nosso cinema”, atesta a produtora Clelia Bessa, da Raccord Filmes.
Uma equipe de 55 profissionais está instalada na cidade Franco da Rocha para executar essa segunda etapa das filmagens. A primeira parte foi rodada no Rio Grande do Norte e no Rio de Janeiro com o elenco do “núcleo humano”, formado por atores como Juliano Cazarré, Lola Belli, Arthur Aguiar, Lucas Salles, Hugo Germano e Gregório Duvivier, que faz uma participação especial.
Pluft mostra a inesperada amizade entre o fantasma (Nicolas Cruz), que morre de medo de gente, e a menina Maribel (Lola Belli). Ela é sequestrada pelo pirata Perna de Pau (Juliano Cazarré), que quer usá-la para achar o tesouro deixado pelo seu avô, o falecido Capitão Bonança Arco-íris.
Na casa abandonada onde o velho morou, Maribel espera pela ajuda dos marinheiros Sebastião (Arthur Aguiar), João (Lucas Salles) e Juliano (Hugo Germano), muito amigos do velho capitão, que saem em uma atrapalhada busca pela garota. Eles não chegam nunca e ela acaba conhecendo Pluft e sua família. A trilha sonora original do filme é de Tim Rescala e vai contar com interpretações de Roberto Frejat, Simone Mazzer e do coro infantil da UFRJ, acompanhados de piano, violinos, flautas, contrabaixos, percussão, bateria e trompete.
O roteiro é um dos pontos altos do filme. “A adaptação para o cinema foi feita com a Cacá Mourthé e o José Lavigne e eles trouxeram para o filme o universo da Maria Clara Machado”, diz Rosane Svartman, que convidou os dois pela história que têm com a autora e pelo envolvimento deles com esse texto em especial.
Em 1977, sob direção de Maria Clara Machado, Cacá interpretou Pluft e Lavigne, o marujo Julião. Cacá foi Pluft de novo em 1985 e Lavigne participou como ator de outras três montagens no papel do Tio Gerúndio. Como diretora, Cacá realizou duas montagens históricas da peça, em 2003 e 2013, ambas com Lavigne no elenco. Pluft tem lançamento previsto para o verão de 2018.