Walt nos Bastidores de Mary Poppins (Saving Mr. Banks, 2013) de John Lee Hancock
O filme: Walt Disney (Tom Hanks) sonhava em adquirir os direitos do livro ‘Mary Poppins’ com a escritora australiana P. L. Travers (Emma Thompson). Temerosa quanto a qualidade da possível adaptação de forma infantil, a recusa durou 20 anos, até que a autora se deu por vencida financeiramente.
O drama passa então a mostrar a difícil relação criativa entre a equipe de adaptação – que inclui Disney em pessoa, e a escritora, inflexível quanto a certos detalhes, e flashbacks que explicam suas escolhas e a natureza da obra.
Porque assistir: reconstituição da época em que Walt Disney ainda comandava a casa, personagens reais, composição das músicas (com o talentoso Jason Schwartzman entre os irmãos)… Os fatores são muito positivos.
Para quem é apaixonado por cinema, o filme gera uma imensa curiosidade. Que tal acompanhar os bastidores de uma obra com a chancela Disney, que se tornou um sucesso de bilheteria e um clássico para toda a família?
Melhores momentos: Walt apresenta a Disney para P. L. Travers – apesar de não ter acontecido na vida real;
Quando se descobre pontos importantes da obra, e porque o filme originalmente se chama “Salvando o Sr. Banks”;
A exibição de “Mary Poppins” (1964) com a presença da escritora;
Pontos fracos: as caras e bocas um pouco além do ponto de Emma Thompson. E Tom Hanks está OK, mas não encanta onde poderia brilhar muito. E a direção de John Lee Hancock (do risível Um Sonho Possível) pesa muito a mão dramaticamente, quando poderia deixar as coisas mais leves.
Na prateleira da sua casa: que belo papel faz Paul Giamatti (A Dama na Água), como o chofer mais que humano. E Colin Farrell (Sem Perdão) surpreende dramaticamente familiar como Mr. Banks.
Ao fim, gravações reais das reuniões de criação/adaptação de ‘Mary Poppins’ é muito curioso, e as fotos da arquivo ajudam a viagem hollywoodiana e cinematográfica.