Cinco anos depois do premiado “Malu de Bicicleta”, Flavio Ramos Tambellini rodou no Rio de Janeiro, em setembro do ano passado, seu novo longa-metragem como diretor, “A Glória e a Graça” (2016). O filme foi selecionado para a 40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e será exibido pela primeira vez no dia 25 de outubro, com sessões extras – as datas, horários e cinemas ainda serão divulgados.
Tambellini, que também assina a produção do filme, convidou para o papel principal Carolina Ferraz, com quem trabalhou em “O Passageiro – Segredos de Adulto” (2006). Agora, ela interpreta Glória, linda e bem-sucedida travesti, dona de um restaurante no Rio.
Permeado pela quebra de preconceitos, que transforma a vida das personagens e de seu entorno, “A Glória e a Graça” é um drama sobre a família moderna. O filme apresenta um novo olhar sobre o tema, tirando o travesti do papel cômico e caricato. Excluída da família por sua própria opção, Glória constrói uma vida com todos os matizes inaceitáveis pelos parentes. Sua melhor amiga, Fedra, é interpretada pela atriz transsexual Carol Marra.
Na história, Sandra Corveloni é a massoterapeuta Graça, irmã com quem Glória não tem contato há 13 anos, descobre que tem uma doença terminal e pouco tempo de vida. Ela tem dois filhos – uma menina de 13 anos e um garoto de cinco – e, desesperada, percebe que não há ninguém para cuidar das crianças quando ela se for. Graça então se arma de coragem e resolve retomar contato com seu irmão. Ao reaproximar-se, descobre que Luiz Carlos virou Glória.
“A Glória e a Graça” retrata a reformulação do conceito de família, vivido pela sociedade principalmente nas duas últimas décadas. É justamente essa família moderna, fragmentada, que volta a se reagrupar e, trazendo à tona velhos problemas, permanece unida para tentar superá-los. A trama não envereda pelo melodrama fácil, mas se inclina para a delicadeza e o humor, também intrínsecos à condição humana, compondo uma história sensível, sem apelações ou estigmatizações.
O drama foi rodado em quatro semanas de filmagens, com locações nos bairros de Santa Teresa, Centro e Laranjeiras, no Rio de Janeiro. Com produção da Tambellini Filmes e coprodução da Globo Filmes, o longa tem estreia prevista para 23 de março de 2017, com distribuição da H2O Filmes.
Esse é o quarto longa-metragem de Flávio Ramos Tambellini como diretor, que também assina “Malu de Bicicleta” (2011), “O Passageiro, Segredos de Adulto” (2007) e “Bufo & Spallanzani” (2001), ganhador de quatro Kikitos no Festival de Gramado (Melhor Ator para Tony Ramos, Melhor Atriz para Isabel Gueron, Melhor Ator Coadjuvante para Juca de Oliveira e Melhor Direção de Arte). Além disso, a produção também levou quatro prêmios no Festival de Cinema Brasileiro de Miami no ano de seu lançamento, incluindo Melhor Filme e Melhor Ator.
Tambellini também se consagrou pela produção de grandes filmes brasileiros como, “A Falta Que nos Move” (Christiane Jatahy, 2009), “Mutum” (Sandra Kogut, 2007), “Pro Dia Nascer Feliz” (João Jardim, 2006), “Um Copo de Cólera” (Aluízio Abranches, 1999), “Terra Estrangeira” (Walter Salles, 1995), entre outras. Além disso, foi coprodutor de “Cazuza – O Tempo Não Pára” (2004), “Carandiru” (Hector Babenco, 2003) e “Eu Tu Eles” (Andrucha Waddington, 2000); produtor executivo de “Não Pare na Pista” (Daniel augusto, 2014), “Orfeu” (Cacá Diegues, 1999); diretor de produção de “Eu Sei que Vou te Amar” (Arnaldo Jabor, 1986).