Busca Implacável 3 (Taken 3, 2014) de Olivier Megaton
O filme: o ex-agente do governo norte-americano Bryan Mills (Liam Neeson) tenta tornar-se um homem família, mas vê tudo acabar quando sua ex-esposa, Lenore (Famke Janssen) é assassinada. Acusado de ter cometido o crime, passa a ser perseguido pela polícia de Los Angeles, com a investigação sob o comando de Franck Dotzler (Forest Whitaker). Sua única saída é tentar encontrar os verdadeiros culpados e proteger a única coisa que lhe resta: a filha Kim (Maggie Grace).
Porque assistir: do mesmo diretor das fitas de ação Carga Explosiva 3 (2008), Colombiana: Em Busca de Vingança (2011) e Busca Implacável 2 (2012). É recomendado aos fãs de filmes de ação, principalmente aqueles que curtem a face vingativa assumida por Liam Neeson, em várias produções nos últimos anos.
Quem assina o roteiro é a dupla Luc Besson e Robert Mark Kamen, a mesma dos dois primeiros filmes. Luc Besson é o autor de O Profissional (1994) e Nikita – Criada Para Matar (1990), enquanto o veterano Robert Mark Kamen tem nos créditos Karate Kid – A Hora da Verdade (1984), Máquina Mortífera 3 (1992) e Carga Explosiva (2002).[tribuna-veja-tambem id=”7959″ align=”alignright”]
Para quem foi surpreendido pelo primeiro e espetacular filme (Busca Implacável, 2008) e engoliu a história do segundo (Busca Implacável 2, 2012), resta testemunhar onde o personagem de Liam Neeson chegou. O mote é o mesmo – vingança –, mas ao invés de sequestro, aqui sua ex-esposa é morta e envolvida em uma negociação escusa.
Melhores momentos: Liam Neeson “quebrando tudo” ao invadir o prédio do russo e o racha entre um porsche e um avião particular.
Pontos fracos: após um abre com uma execução simples e misteriosa, longe de gerar expectativa para a trama, passam-se mais de 20 minutos para ter uma nova sequência de ação. Mas a perseguição e fuga é muito mixuruca. E que absurdo a bagunça entre as viaturas que termina em uma delas dentro do fosso de um elevador.
Há uma nova promessa de vingança de Mills (Liam Neeson), de novo ao telefone: “não sei quem, nem como, mas vou descobrir”, de novo, mais uma vez, novamente. E outra, demora mais de uma hora para Liam Neeson “quebrar tudo”, de verdade.
O oscarizado Forest Whitaker (O Último Rei da Escócia, 2006) está completamente apagado, como o investigador que descobre o caso ao comer as rosquinhas encontradas na cena do crime. E o “durão” Liam Neeson contracena e interage com um urso panda de pelúcia gigante, de maneira constrangedora.
Na prateleira da sua casa: a fita de ação chega em DVD e Blu-ray pela Fox, com duas versões no mesmo disco, a de “cinema” (com 108 minutos) e a “versão estendida” (com 114 minutos).
Existe uma pequena explicação sobre a mudança de “vilão” no terceiro filme. Se esperava novamente o retorno dos albaneses, já que no segundo, Murad Hoxha alegou que se Bryan o matasse em seguida, seus filhos se vingariam, mas eles não aparecem. No lugar, “os vilões” são uma gangue russa que tentará obter dinheiro de um negócio “suspeito” com o marido de Lenore, Stuart St. John. Eles vieram do nada? No primeiro há uma pequena frase que serviu de gancho para isso. Em um diálogo entre Bryan Mills (Liam Neeson) e Stuart (Dougray Scott), se fala em um negócio de petróleo com “alguns russos” que foram para o sul. Pronto, a justificativa está feita. Frágil, mas foi de onde vieram os tais russos.
No elenco Famke Janssen (Trilogia X-Men, 2000; 2003; 2006) faz o que pode em poucas cenas, Dougray Scott (o vilão de Missão: Impossível 2) – como o marido Stuart – parece deslocado, meio suspeito desde sempre, e Maggie Grace (a Shannon de Lost, 2004~2010) repete a carinha de cachorro perdido no meio de mais uma situação de desespero.
Já Liam Neeson (indicado ao Oscar de melhor ator por A Lista de Schindler, 1993), o ator ainda é confiável, mas, parece que o personagem cansou de tudo. E se o terceiro já não se sustenta de tanta previsibilidade, onde até uma certa compaixão surge ao final, um quarto Busca Implacável parece injustificável. Adeus.