Os filmes “Sergio” e “Abe” estreiam dia 17 de abril no streaming. Sim, mas além disso, ambos carregam uma coisa em comum: assinatura na montagem pela cineasta brasileira Claudia Castello. Com longa experiência, a carioca se destaca como uma das mais importantes montadoras do cinema de Hollywood e carrega na bagagem produções como “Pantera Negra”, um dos maiores blockbusters da Marvel, e o sucesso da Warner, “Creed: Nascido Para Lutar”.
Estrelado por Wagner Moura, Ana de Armas e Brían F. O’Byrne, o drama “Sergio” (2020) chega ao cardápio da Netflix, com a história biográfica do embaixador Sergio Vieira de Mello. O diplomata brasileiro das Nações Unidas dedicou a maior parte de sua carreira às regiões mais instáveis do mundo. Baseado no livro “O Homem que Queria Salvar o Mundo”, de Samantha Power, o longa mostra sua última missão em Bagdá, em 2003, quando foi vítima do bombardeiro à sede da ONU.
Já a comédia dramática “Abe” (2019) tem direção de Fernando Grostein Andrade e o elenco mescla nomes nacionais e internacionais: Noah Schnapp (da série “Stranger Things”), Seu Jorge, Mark Margolis, Dagmara Dominczyk, Gero Camilo, Victor Mendes, Ildia Silva, entre outros. No filme, Abe é um menino de 12 anos, que mora no Brooklyn, Nova Iorque. Com a mãe judia de origem israelense e o pai palestino de origem muçulmana, o jovem é apaixonado por gastronomia e se dedica como aprendiz de um chefe de cozinha brasileiro. Para ele, a culinária tem o poder de unir e encantar as pessoas, principalmente, sua família.
“Abe” estará disponível para aluguel nas plataformas digitais da Apple TV / iTunes Amazon, Microsoft Xbox, Sony Playstation, Google Play, YouTube Movies, Vudu (Walmart), Redbox On Demand, DdirecTV, Spectrum,Comcast Xfinity e FangandoNow.
Perfil
Claudia Castello nasceu no Brasil e iniciou sua carreira nos documentários. Sua paixão por narrativas audiovisuais a levou aos EUA, onde concluiu um mestrado em Film Production na Universidade do Sul da Califórnia (USC), em 2011. Além de ponto de partida para a ascensão na indústria hollywoodiana, foi também na universidade que Castello conheceu o diretor Ryan Coogler, diretor de “Pantera Negra”. A amizade com o cineasta resultou em uma parceria de sucesso que já inclui três longas-metragens, sendo a produção dos Studios Marvel a mais recente.
Após iniciar a parceria com o curta-metragem “Fig” (2010), realizado ainda na faculdade — debutaram no cinema com o aclamado “Fruitvale Station: A Última Parada” (2013). Estrelado por Michael B. Jordan e vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Sundance, em 2013. Em seguida veio o sucesso de bilheteria “Creed: Nascido para Lutar” (2015), estrelado novamente por Michael B. Jordan, e Sylvester Stallone retornando na pele do lendário Rocky Balboa.
Em 2017 o convite para integrar o blockbuster bilionário do Universo Cinematográfico Marvel, “Pantera Negra” (2018). Aclamado pela crítica e público, o longa de Coogler rapidamente se tornou um fenômeno cultural e político, fazendo história ao ocupar a quarta posição da lista de maiores bilheterias norte-americanas de todos os tempos. Arrecadou mais de $700 milhões arrecadados, e se posicionou como a primeira produção baseado em quadrinhos a concorrer ao Oscar de melhor filme. Castello integrou a equipe de três montadores envolvidos na pós-produção.
Com passagens pela TV no Brasil, Claudia Castello editou seis episódios da série ‘Não Conta Lá em Casa’, do canal Multishow, programa que acompanha três aventureiros rodando o mundo com o intuito de mostrar a cultura e beleza de países tidos como perigosos. Ela também assina a montagem de ‘Expedições’, série documental da TV Brasil que aborda a diversidade social, cultural e natural no território nacional.
No cinema internacional, outros destaques da carreiras são “Roxanne Roxanne” (2017), Seleção Oficial do Festival de Sundance em 2017; “The Last Full Measure”, com Christopher Plummer e Samuel L. Jackson; e “Adopt a Highway”, estrelado por Ethan Hawke, ambos de 2019. Seus próximos projetos são duas séries e um documentário. As duas primeiras em pós produção, um episódio de “Hombre” (2020), com Gael Garcia Bernal, e dois episódios da ficção-científica “Foundation” (2020), produzido pela Skydance (J.J. Abrams). Por fim o documentário, dirigido por ela mesma, “Rainha do carnaval”, com material filmado e que já está sendo transcrito e montado, que aborda o cotidiano das rainhas de bateria da Beija-Flor de Nilópolis.
Diretora de dois curtas, “Samba” e “Alleyway“, ambos de 2009, a curiosidade é que Claudia Castello se notabilizou nos anos 1990 no esporte, como tricampeã carioca de bodyboard, além de disputar competições no Havaí.