Batman – O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight, 2008) de Christopher Nolan
O filme: Gothan City continua uma cidade corrupta, graças as organizações criminosas. Batman (Christian Bale) conta com o ajuda do Tenente Gordon (Gary Oldman) e a obstinação do promotor Harvey Dent (Aaron Eckhart) para combater o crime. Entra em cena então o Coringa (Heath Ledger) capaz de ameaçar a vida do herói e a cidade em caos.
Porque assistir: sabe aqueles filmes que recebem críticas como: “De tirar o fôlego!”; “Imperdível!”; “Tensão do início ao fim”; “Roteiro bem amarrado”; “Personagens com motivações reais”; “Deixa os olhos grudados na tela”; “Vilão e herói se completam”; “Efeitos a favor de uma história de verdade”; “Interpretações soberbas, dignas de premiação”; “O melhor filme do ano!”… Batman – O Cavaleiro das Trevas é isso aí mesmo. O conjunto é inteiramente coeso (filme, direção, roteiro, elenco, trilha sonora e efeitos) e as comparações não são demais, dentro da história do cinema.
O que representa a máfia para O Poderoso Chefão (1972), o terror para O Exorcista (1976), a ficção para Star Wars (1977), a aventura para Indiana Jones (1981), o final-surpresa para O Sexto Sentido (1999), o musical para Cantando na Chuva (1954), o serial-killer para O Silêncio dos Inocentes (1991), o romance para Casablanca (1942), as trilogias épicas para O Senhor dos Anéis (2001), o drama familiar para A Felicidade Não se Compra (1946) e a narrativa do cinema para Cidadão Kane (1941), O Cavaleiro das Trevas (2008) representa para a transposição do mundo dos quadrinhos para as telas.
“Ou se morre como herói, ou vive-se o bastante para tornar-se vilão” (The Dark Knight, 2008)
Melhores momentos: eu não preciso dar um parágrafo inteiro para falar da interpretação de Heath Ledger. Eu precisaria de um texto inteiro apenas para tentar traduzir sua construção primorosa para o Coringa. No cinema geralmente quando um vilão chama muita atenção, seja simplesmente pela admirável performance ou um carisma impossível, o público acaba até torcendo por ele. Há em especial a fantástica cena do interrogatório Batman Vs. Coringa, atrás das grades.
Aqui, o vilão em questão ganha dimensões tão assustadoras e com tamanha intensidade que consegue aterrorizar qualquer um, fazendo realmente valer a expressão de que o vilão é simplesmente aquele que devemos temer. O mal toma forma no seu estranho caminhar, na voz malignamente anasalada, no cabelo gosmento, em sua maquiagem e cicatrizes nojentas (“Why so serius?”), risada tenebrosa e atitudes inexplicavelmente perfeitas. O que poderia ser o patético e ridículo é apenas o ideal. Venceu – de forma póstuma – o Oscar e o Globo de Ouro de melhor ator coadjuvante.
Pontos fracos: inexistentes.
Nas prateleiras da sua casa: direção primorosa de Christopher Nolan (co-autor do roteiro) – o mesmo diretor de A Origem (2010), com incontáveis cenas impressionantes de ação, drama e suspense. Com um roteiro equilibrado, onde seus personagens e respectivas histórias não têm destaques absolutos na tela.
Indicado ao Oscar de melhor fotografia, direção de arte & cenários, edição, maquiagem, efeitos especiais e efeitos sonoros, a fita venceu as estatuetas de melhor ator coadjuvante (Heath Ledger) e edição de som.
Numa obra merecidamente adjetivada e pontuada por uma trilha sonora absurdamente incrível, tente não agonizar em 142 minutos de pura intensidade, no qual o clássico instantâneo Batman – O Cavaleiro das Trevas faz o cinema merecer o título de Sétima Arte.