Tito (Tito, Argentina, 2018) de Esteban Trivosonno
Quando cinco estudantes universitários da Comunicação escolhem fazer do seu trabalho de finalização de curso, um documentário sobre o famoso ator de Rosario (Argentina), Tito Gómez, eles não não imaginariam o que poderia acontecer.
Inicialmente simpático e doce, Tito vai se modificando conforme as filmagens avançam… E se torna pouco a pouco um personagem indomável e sinistro que fará todo o necessário para voltar a ser uma estrela.
A brincadeira aqui é ser um filme dentro do filme, e trabalhar a metalinguagem a favor de seu roteiro, que sempre consegue arrancar risadas a cada situação.
O próprio “lendário” ator Tito Gómez do tal documentário autobiográfico, interpreta a si mesmo no filme. E como ele ganha o filme, cena após cena, esse ator veterano, de físico avantajado, e um sorriso sempre largo no rosto. Uma comédia manipuladora, claro, assim como seu personagem principal. A sequência do teatro é hilariantemente apoteótica, e sua posição meio Don Corleone/O Poderoso Chefão, meio Bela Lugosi em Ed Wood, nos faz ao mesmo tempo ter medo de suas ações, mas ainda assim simpatizar com ele a ponto de torcer para a sua vitória pessoal/volta por cima.
Tito (Tito, Argentina, 2018) | Direção e roteiro: Esteban Trivosonno | Idiomas: Espanhol | Color: Color | 84 minutos | Interpretes: Tito Gómez, Manuel Melgar, Martina Liguori, Santiago D´Agostino, Kevin Trumper | O filme participa da Mostra Competitiva Latino-Americana do 20º BAFICI.
*O crítico viajou à convite do Buenos Aires International Festival of Independent Cinema – BAFICI, e compõe o Júri FIPRESCI na Mostra Competitiva Latino-Americana.