Román (Román, Argentina, 2018) de Majo Staffolani
Depois dos 40, Román (Carlo Argento) é um corretor de imóveis que aparenta em constante aborrecimento com o marasmo do seu dia a dia. Seria a crise da meia-idade? Expressão fechada, se divide entre a rotina de mostrar apartamentos e resolver problemas no escritório, e um casamento morno, e sua filha, que está inciando seus passos no teatro.
Será que vamos ver um sorriso no rosto do nosso protagonista? A resposta é sim, mas nem tanto. Após conhecer um amigo da filha em um encontro casual, passa rapidamente para um caso puramente sexual.
O filme até tenta colocar esse momento como uma descoberta, um despertar para um nova vida. Mas, assim como o próprio personagem que dá título ao filme, fica em cima do muro. A aproximação é rasa, a sutileza inexiste, e o rapaz por quem se enamora (Gastón Cocchiarale) não tem carisma, ou provoca algum envolvimento.
E após se entregar ao que lhe faz feliz, agora chegou a hora da decisão. E o que temos aqui? Mais uma vez, Romàn está em cima do muro. Não há um alto nível de dramaticidade, os sorrisos são parcos, e a emoção inexiste. O resultado do filme é como a vida de Román, sem nenhum tipo de sentimento aparente.
Román (Román, Argentina, 2018) de Majo Staffolani | Idiomas: Espanhol | Colorido | Comédia | 73 minutos | Elenco: Carlo Argento, Gastón Cocchiarale, Gabriela Izcovich, Lara Crespo, Sebastián Villacorta | O filme participa da Mostra Competitiva Latino-Americana do 20º BAFICI.
*O crítico viajou à convite do Buenos Aires International Festival of Independent Cinema – BAFICI, e compõe o Júri FIPRESCI na Mostra Competitiva Latino-Americana.