A Salvação (The Salvation, 2014) de Kristian Levring
O filme: Em 1870, em meio a colonos e os fora-da-lei, o imigrante dinamarquês Jon (Mads Mikkelsen) esperou durante anos para trazer sua esposa e filho para os Estados Unidos. Quando finalmente consegue, logo depois que chegam, eles se tornam vítimas de um crime horrível.
Transtornado pelo sofrimento e desespero, Jon mata o bandido, incitando forças poderosas. O assassinado é irmão do cruel coronel Delarue (Jeffrey Dean Morgan), que aterroriza a cidade de Black Creek e não se deterá diante de nada para vingar o irmão morto. Traído e hostilizado pela comunidade, Jon um pacífico fazendeiro, acaba se transformando em um vingador implacável, para salvar a cidade e encontrar a paz.
Porque assistir: produção curiosa, é um filme dinamarquês, porém falado em sua maior parte em inglês e com uma trama de um típico faroeste americana. E muito bom.
Além disso o talento de Mads Mikkelsen – conhecido como o vilão de 007: Cassino Royale (2006) e protagonista do indicado ao Oscar, A Caça (2013) – a favor de uma história violenta de vingança.
[tribuna-veja-tambem id=”10148″ align=”alignright”]No elenco ainda tem espaço para o ar vilanesco de Jeffrey Dean Morgan (Watchmen – O Filme, 2009) e a beleza selvagem (mesmo com uma cicatriz no rosto da personagem muda) de Eva Green (300: A Ascensão do Império, 2014), que perceba, atua com os olhos.
Participações dignas de nota ainda do ex-jogador de futebol que virou ator, Eric Cantona (À Procura de Eric, 2009; Elizabeth, 1998), como um capanga, e do veterano Jonathan Pryce (Brazil: O Filme, 1985), na pele do prefeito e agente funerário da cidade.
Melhores momentos: a tensão toma conta da tela quando a família do protagonista é encurralada dentro de uma carruagem; a primeira vingança contra os arruaceiros; a ação do irmão de Jon, mesmo dentro da cela; e os confrontos entre Jon (e seu jovem ajudante incidental) e os homens de Delarue, que dão bom ritmo ao western também pela montagem e técnica do diretor.
Pontos fracos: como é uma trama pura de vingança, há um certo ar de previsibilidade no roteiro.
Na prateleira da sua casa: lançamento da Universal/Paramount, a co-produção Dinamarca/EUA é um filme inédito nos cinemas do Brasil e merece ser descoberto em DVD. Para quem gosta de uma boa fita de western, um fime forte, violento e muito bem produzido.