A Excêntrica Família de Antônia (Antonia´s Line, 1995) de Marleen Gorris
Vencedor do Oscar de Filme Estrangeiro em 1996, A Excêntrica Família de Antônia (Holanda), atravessou o tempo para conquistar seu lugar como um clássico feminista, mas indicado para todos que apreciam um drama muitíssimo bem construído, por fim uma obra relevante e recompensadora. “O tom de fábula e aparência bucólica de fantasia pastoral, conta a história de uma mulher forte e seus talentosos descendentes, todos abençoados com autossuficiência e notavelmente pouca necessidade de homens em suas vidas, e sempre com fé no destino. De fato, o fato de a forte e formidável Antônia (Willeke van Ammelrooy) perpetuar sua linhagem, torna-se um dos pequenos milagres mais fantasiosos do filme”, apontou o The New York Times (Janet Maslin, Fev/1996). Escrito e dirigido por Marleen Gorris (1948~), o drama venceu outros sete prêmios internacionais e colecionou 10 nomeações. Foi o ápice de sua carreira, com destaque para a estreia, Uma Questão de Silêncio (1982), uma nova versão do clássico romance de Virginia Woolf, Sra. Dalloway (1997) e a adaptação da obra de Vladimir Nabokov, O Último Lance (2000). Depois foi convidada para fazer a comédia familiar Carolina (2003), com Shirley MacLaine e Julia Stiles, e uma Série de TV, The L World (2004~2009). Voltando ao filme, a obra tem pontos importantes a serem destacados. Sua história tem cerna em uma família matriarcal forte, e se passa pós II Guerra Mundial em uma zona rural da Holanda. Apresenta ainda uma sensualidade naturalista, e com inspirações em obras de arte – como O Nascimento de Vênus, pintura de Sandro Botticelli –, além de inserir elementos fantásticos em sua história de uma maneira que sejam notadas de forma instintivamente pura e espontânea ao que está posto em tela.
"A Excêntrica Família de Antônia" teve um lançamento de luxo em DVD numa edição de colecionador para a Classicline, em curadoria minha. “Da vitória histórica no Oscar 1996 para a eternidade, A Excêntrica Família de Antônia não é apenas um filme incomum. É uma obra poderosa e forte, assim como a sua protagonista, e bonita de se ver e rever, como a sua fotografia” (Daniel Herculano, Clube Cinema/Clube Box).