A Conquista da Honra (Flags of Our Fathers, 2006) de Clint Eastwood
O filme: a partir da foto clássica de Joe Rosenthal após a Batalha de Iwo Jima, no qual aparecem aparentemente seis soldados hasteando a bandeira americana no monte Suribachi, Clint Eastwood desconstrói fatos relevantes por trás da Segunda Guerra Mundial, desmistificando o sentido do heroísmo tão exaltado pelos americanos.
Arrebatados pela heroica foto que se espalhou rapidamente e comoveu toda a América, o governo americano decide repatriar os sobreviventes da foto e utilizá-los numa campanha para arrecadar fundos e dar continuidade à guerra. Dos seis, três retornaram. Um membro do corpo médico (Ryan Phillippe), um soldado mensageiro (Jesse Bradford) e um fuzileiro (Adam Beach), indígena de bom coração.
Porque assistir: Clint Eastwood (indicado ao Globo de Ouro de direção) imprime cenas emocionantes. Como o encontro do índio com a mãe de um fuzileiro morto e surpresas para quem espera o óbvio. Outro fator importante reside em exatamente ter a capacidade (e porque não coragem) de desmascarar uma exacerbada ode ao heroísmo dos EUA, por parte da imprensa e de seus políticos.
Ryan Phillippe não compromete e no elenco de apoio Jesse Bradford, Barry Pepper Paul Walker, Jamie Bell e Robert Patrick.
Melhores momentos: todas as cenas de Adam Beach como Ira Heys, o índio. Cheio de angústias e ira, beirando o maravilhoso.
A obra também apresenta cenas de batalhas muito fortes, imagens impressionantes e de fotografia que flerta com o monocromático P&B.
Pontos fracos: entrecortado de flashbacks, até as situações dramáticas perdem o impacto, por conta da edição irregular. Em alguns momentos, no quente da guerra o filme simplesmente pára, muda o foco e trava até a atenção do espectador apreensivo pela batalha nas trincheiras.
Na prateleira da sua casa: É o lado americano da Batalha de Iwo Jima – fato importante da Segunda Guerra Mundial, complementado pelo lado japonês no belísismo Cartas de Iwo Jima (2006) do mesmo Clint Eastwood. E A Conquista da Honra ficou com a bandeira hasteada a meio pau, mas complementa bem a história com a visão americana e seus desdobramentos sociais.