Em meados dos anos 90, 007 era tido como coisa do passado. Personagem que sofreu na pele de um protagonista sem carisma (Timothy Dalton) em filmes fracos (007 Marcado para a Morte, 1987; 007 – Permissão para Matar, 1989) – e consequentemente com bilheterias que não empolgavam seus produtores – James Bond precisava de uma virada.
Foi quando anunciaram um então desconhecido Pierce Brosnan como o novo agente secreto. Seu primeiro desafio seria reconquistar o público no 17º filme da série, 007 Contra GoldenEye (Goldeneye, 1995). Primeiro filme que tinha James Bond como protagonista em uma história sem possuir nenhuma referência a qualquer livro ou roteiro escrito por seu criador, Ian Fleming, é também o primeiro a usar imagens geradas por computador em seus efeitos especiais.
Goldeneye começa bem com a ação a partir de um salto de bungee jumping, passa por uma explosão de trem e uma grande sequência envolvendo a perseguição com o tanque de guerra, em uma trama de traição e vingança envolvendo o agente 006 (Sean Bean). Temos também uma bond girl com uma chave de pernas poderosa (Famke Janssen, a eterna Jean Grey de X-Men) e outra boazinha (Izabella Scorupco), além da inovação ao escolher uma mulher (Judi Dench, O Exótico Hotel Marigold 2) para o papel de M, chefe do Serviço Secreto do Reino Unido.
Deu certo. A nova aventura estreou em 1º lugar no dia 17 de novembro de 1995 nos EUA, e logo em seguida no Brasil (15/12). Na Inglaterra, terra natal do personagem e seu criador, a volta de 007 chegou aos cinemas no dia 22 de novembro do mesmo ano, há 20 anos.
Escrito por Bono Voz e The Edge (ambos do U2), a canção tema (“Goldeneye”) é cantada por Tina Turner e abre bem a nova produção. Dirigida por Martin Campbell, que assumiu o filme após John Woo declinar da oferta, a revitalização da série foi bem sucedida, e conquistou o posto de 6º filme mais visto de 1995. Rendeu U$ 106,4 milhões nos EUA e outros U$ 245,7 nos outros países, totalizando uma renda mundial de U$ 352,1 milhões de dólares.
Após o sucesso da fita, Brosnan estrelou ainda mais três filmes na pele de 007, com rendas sucessivamente maiores. Seu diretor assinou também A Máscara do Zorro (1998), Limite Vertical (2000) e voltaria ao universo de James Bond ao apresentar ao mundo Daniel Craig no espetacular 007 – Cassino Royale (2006). Além do cinema, 007 Contra Goldeneye marcou época também no mundo dos videogames. Seu game para o Nintendo 64 foi considerado um dos melhores jogos em terceira pessoa do mundo.
007 Contra GoldenEye (Goldeneye, 1995) de Martin Campbell
Sinopse: com a queda da Cortina de Ferro e o final da Guerra Fria, o modo de obter poder deu ao mundo uma nova ordem, que envolvem esquemas perigosos que visam apenas o lucro. Neste contexto, James Bond (Pierce Brosnan) conhece em Mônaco Xenia Onatopp (Famke Janssen), uma mulher extremamente bela e perigosamente mortal, que pertence a Máfia russa. Bond tenta encontrar o Goldeneye, uma arma secreta espacial que destrói tudo que tenha um circuito eletrônico e que, caso caia em mãos erradas dará aos seus donos o poder de derrubar governos. Para impedir um catástrofe mundial, James se une a Natalya Simonova (Izabella Scorupco), uma programadora de computadores.