Cake – Uma Razão para Viver (Cake, 2014) de Daniel Barnz
O filme: Claire Simmons (Jennifer Aniston) é uma mulher traumatizada e depressiva, que busca ajuda em um grupo para pessoas com dores crônicas. Lá, ela descobre o suicídio de um dos membros do grupo, Nina (Anna Kendrick). Claire fica obcecada pela história desta mulher, e começa a investigar a sua vida. Aos poucos, começa a desenvolver uma relação inesperada com o ex-marido de Nina, Roy (Sam Worthington).
Porque assistir: ver Jennifer Aniston enfeiada, praticamente sem maquiagem, com cicatrizes pelo corpo e com cara de sofrimento por 103 minutos. Uma história contada de forma simples, que apresenta uma tentativa desesperada da eterna “amiga” Rachel (Friends, 1994~2004) de provar que sabe atuar. E consegue, na maior parte do tempo.
Falhou na indicação ao Oscar de melhor atriz, mas Aniston concorreu ao Globo de Ouro (drama), SAG awards e venceu dois prêmios pela atuação em festivais modestos (Festival Internacional de Cinema de Santa Barbara e o Capri).
Apesar de ter perdido a esposa, o (bom) contraponto para a tristeza da protagonista é Sam Worthington (de Avatar, Exterminador do Futuro: Salvação; Fúria de Titãs), que surge até natural no papel.
Melhores momentos: a viagem ao México com sua “empregada/amiga” (Adriana Barraza, indicada ao Oscar e Globo de Ouro de coadjuvante por Babel); a dura realidade de enfrentar o quarto do filho já morto; o quadro na parede; o reencontro “forçado” com o marido (Chris Messina, de Julie & Julia); a ameaça que Jennifer Aniston faz ao seu ex-grupo de apoio para conseguir uma informação; e a ponta dramática de William H. Macy – o causador da maior dor da protagonista.
Pontos fracos: a simpática Anna Kendrick (de Sem Proteção) aparece de forma caricata como uma suicida que sempre está sorrindo em aparições e conversas imaginárias com a protagonista. Não colou, nem tampouco emocionou com a história do bolo, o “cake” do título original.
Na prateleiras da sua casa: disponível em DVD e Blu-ray (Califórnia Filmes), esse drama tem uma proposta simples, o de como recomeçar uma vida despedaçada. A questão é que a situação é representada ao mesmo tempo de forma metafórica e literal pela condição de conseguir se “levantar”, que acompanha Jennifer Aniston por todo a obra.
Do mesmo diretor do romance adolescente A Fera (2011), a obra não entrega tanto, e colhe na mesma proporção.