[tribuna-veja-tambem id=”7938″ align=”alignleft”]A coluna Remake #21 tem o prazer de anunciar que, quem reimaginou a refilmagem da vez é Fábio M. Barreto. Direto de Los Angeles, o brasileiro, que é roteirista, autor do livro “Filhos do Fim do Mundo” e que mantém o USReporter.net, assina a nova versão do clássico do sci-fi, Blade Runner – O Caçador de Androides (Blade Runner, 1982).
O universo de Blade Runner, em si, é clássico. Seja o livro de Philip K. Dick, que originou tudo com sua narrativa ao mesmo tempo depressiva e sempre provocativa, tanto na sociedade quanto na religião. Seja no filme de Ridley Scott, que influenciou – e ainda influencia o cinema, a ficção científica e a assinatura visual de tudo ligado a futuros distópicos. E ainda tem a música do Vangelis! Especialmente aqueles não estrelados por heroínas destinadas a destronar governos autoritários, tão em voga atualmente.
O interessante é que, desde a produção, a fita não se anunciava como tal. Os custos, estouraram para – á época – gigantescos U$ 28 milhões. O final imaginado pelo diretor foi limado pela Warner, que ainda o fez incluir na montagem do cinema, sequências aéreas não utilizadas de O Iluminado (1980). Após a estreia mixuruca de meros U$ 6 milhões, o filme faturaria ao final de sua carreira em cartaz, meros U$ 26 milhões. Após 10 anos, Ridley Scott conseguiria reestrear sua “Versão do Diretor”, e o filme, com o tempo, se tornou um cult movie.
Logo, o elenco original também é inesquecivelmente clássico, afinal, como bater Harrison Ford medindo forças com Hutger Hauer, nos melhores papéis de suas carreiras? Ou Daryl Hannah testando os limites entre sentimentos humanos e robóticos? Ou até mesmo Brion James explodindo com a verdade como Leon James.
A jornada do agente Deckard é inesquecível por vários motivos, mas sempre será relevante pelas questões homem vs máquina; realidade vs manipulação; só o orgânico merece uma alma?
Embora, tecnologicamente, a sociedade tenha avançado muito, tais questionamentos se mantém. Nossas buscas ainda são as mesmas dos últimos séculos, afinal, a natureza humana se repete, se perpetua, porém, sem encontrar todas as respostas.
Logo, para reimaginar o futuro sombrio (antes de futuros sombrios entrarem na moda!), de uma Terra radioativa, daquela noite quase eterna da Ridley Scott e do ambiente soturno de Dick, assim como Mercer, o messias eletrônico, reavaliei os papeis para encontrar atores à altura do elenco. [Mesmo que o original seja imbatível]. Que os deuses do cinema nunca permitam um remake de Hollywood… Mas, se tiver que acontecer, que, ao menos, seja assim: