[tribuna-veja-tambem id=”7277″ align=”alignleft”]Era 1994 e Quentin Tarantino era a novidade que pulsava em Hollywood. Diretor de estreia iluminada em Cannes com o explosivo Cães de Aluguel (Reservoir Dogs, 1992), onde foi tachado até de “novo Scorsese”, o ex-atendente de locadora havia vendido dois roteiros seus para produzir seu primeiro longa.
Amor à Queima-Roupa (True Romance, 1993) teve seu roteiro filmado pelo diretor Tony Scott, sobre um amor entre um fã de quadrinhos e uma prostituta que roubou seu cafetão. Como num típico filme de Tarantino, o final o conteúdo e cheio de cultura pop, e o final, sangrento.
Já com Assassinos por Natureza (Natural Born Killers, 1994) a história foi um pouco diferente. Após o interesse do desconhecido Rand Vossler, Oliver Stone assumiu a obra. Mas há diferenças entre sua história original e o roteiro filmado, modificado pelo próprio diretor e pelos roteiristas David Veloz e Richard Rutowski. A história de Tarantino foi escrita em 1988, e o jovem cineasta não aprovou as mudanças do produto final, lançando posteriormente um livro com seu roteiro original inalterado.
Acusado de promover a violência ao atrelar suas ações com a fama, Assassinos por Natureza continua controverso mesmo depois de mais de 20 anos da sua estreia. O casal Mickey (Woody Harrelson) e Mallory (Juliette Lewis) mata cerca de 50 pessoas ao longo da fita, orçada em U$ 34 milhões de dólares.
Cerca de 150 cenas tiveram de ser cortadas e/ou modificadas para conseguir uma censura mais branda para a fita, totalizando 11 meses de pós produção para conclusão do projeto. A versão de cinema foi lançada com 118 minutos, mas existe a versão de diretor – de 122 minutos.
Com censura R (Restricted), a fita só poderia ser vista por menores de 17 anos caso estivessem acompanhados de maiores responsáveis. Contudo, estreou em 1º lugar nas bilheterias dos EUA em 26 de agosto de 1994, e arrecadou pouco mais de U$ 50 milhões de dólares.
O elenco foi bem pinçado por Oliver Stone. Brad Pitt foi convidado para viver o protagonista, mas não aceitou. Mas antes de ser o escolhido, Woody Harrelson que tinha nos créditos o sucesso Proposta Indecente (1992), teve de vencer a concorrência interna de Tom Sizemore, que testou para o papel do serial killer, mas foi preterido pela cúpula da Warner, que escolheu “alguém mais conhecido”. Coube à Sizemore o papel de policial que investiga os crimes.
Ao seu lado a escalada foi Juliette Lewis, descoberta por Martin Scorsese e indicada ao Oscar de coadjuvante por Cabo do Medo (1992). Ainda no elenco, o indicado ao Oscar por Chaplin (1992), Robert Downey Jr. na pele do jornalista com sede de audiência, o recém oscarizado (de coadjuvante) Tommy Lee Jones (por O Fugitivo, 1993) como o diretor do presídio que recebe o casal de assassinos e o comediante Rodney Dangerfield, no papel do pai incestuoso de Mallory.
Indicado ao Globo de Ouro de melhor direção (Oliver Stone), o filme concorreu também ao Leão de Ouro em Veneza, saindo ainda com os prêmios de melhor atriz e menção especial para Juliette Lewis, e Grande Prêmio do Júri.
E como uma forma de homenagear a obra ácida, o Tribuna do Ceará reimaginou como seria um novo Assassinos por Natureza, refilmado em 2015 com novo elenco e direção. Divirtam-se com as novas escolhas, todas justificadas abaixo: