O que é que a Bahiana tem?
Ela é a única brasileira a integrar a Associação de Jornalistas Estrangeiros de Hollywood, e por isso votante do Globo de Ouro desde 1989. Jornalista, escritora e crítica de cinema, com experiências nos principais veículos de comunicação no Brasil e exterior. Residente em Los Angeles, Ana Maria Bahiana já esteve em Fortaleza duas vezes nos últimos três anos. Em 2009 ministrou o curso de apreciação cinematográfica, e em 2012 lançou seu último livro “Como Ver um Filme” e ministrou a segunda parte de seu curso, de subtítulo “Os Gêneros”.
A função do crítico de cinema
“Um crítico de cinema não é contratar alguém para dizer que gosta ou não gosta de um filme. A função do profissional é de embasar o amante de cinema, para que ele, por si próprio, tenha uma visão aberta e clara do que está assistindo”.
Bahiana diz poeticamente que “veículos locais são as peças mais importantes na complexa rede de comunicação do século 21, seu conteúdo tem a velocidade e o foco certo para descobrir o que é relevante na vida imediata das pessoas”.
Bahiana indica também que é essencial a pesquisa e observação de contexto. Assim acaba por matar a curiosidade de quem quer saber exatamente o que o filme quer mostrar, seus significados, sua função como entretenimento. Nessa avaliação também pesa sua vivência como ser humano e toda sua bagagem cinematográfica.
“Dessa forma, o público pode se interessar por impressões de quem tem a compreensão aguçada da linguagem audiovisual, adquirindo informações privilegiadas e que o façam compreender a obra”, explica a votante do Globo de Ouro, que cobre in loco a festa e premiação do Oscar.
A própria Bahiana analisa ainda a importância de uma boa resenha crítica, principalmente quando no texto conseguimos enxergar mente e coração. “Toda resenha bem feita deve convidar ao raciocínio, à reflexão. Ver ou não o filme faz parte dessa prática, e quando o assistimos de forma ativa, compreendendo o que se passa na tela, também é o sinal de um trabalho produtivo por parte de quem escreve”.
Ou seja, não é falar mal, mas saber falar, ou no caso, escrever, como demonstra a própria ao falar que “veículos de massa, a maior preocupação deve ser contribuir para a formação de uma platéia bem informada, inteligente, capaz de fazer suas próprias escolhas”.