Transformers – A Era da Extinção (Transformers: Age of Extinction, 2014) de Michael Bay
O filme: após quase destruir a humanidade – e boa parte da cidade de Chicago – a humanidade tenta reconstruir suas cidades e retomarem o dia a dia. O governo americano imprime uma caçada para que Autobots e Decepticons desapareçam da Terra. Contudo, um poderoso e engenhoso grupo de cientistas e empresários, empreendem novas máquinas a partir de invasões passadas de Transformers. Essa escolha acaba por ultrapassar a barreira da tecnologia e seus novos robôs se tornam autômatos e fogem para além do seu controle.
Ao mesmo tempo, uma poderosa ameaça alienígena Transformer coloca a Terra em face de colisão com a extinção. No meio de tudo está uma família do Texas (Mark Wahlberg, Nicola Peltz e o namorado, Brenton Thwaites), que encontra Optimus Prime, o líder dos Autobots.
Porque assistir: caso você não tenha NADA para fazer durante DUAS HORAS E QUARENTA E CINCO MINUTOS da sua vida. Ainda assim é injustificável.
Ou se “precisa” ver o filme dos Transformers de número quatro, por que já viu os anteriores… Se bem que apenas o primeiro tem alguma diversão, o segundo e o terceiro são vômitos intermináveis em forma de cinema.
No recomeço da franquia milionária, baseada nos brinquedos da Hasbro dos anos 80 (e que depois virou desenho animado de sucesso), Mark Wahlberg simplesmente encontra um transformer. E no meio da guerra entre raças de robôs alienígenas, protege a filha de um namorado que não sabia existir e tenta se manter vivo contra militares mal intencionados. Pense numa historinha tola.
Melhores momentos: as montagens e desmontagens da única novidade do filme, os Dinobots. E, finalmente, depois de tantas batalhas e cenas de ação em que não se consegue entender nada do que acontece – de cortes sucessivos e sequências rápidas em demasia – a fita insere embates em câmera lenta
Pontos fracos: são tantos, que não sei nem por onde começar… Vamos lá. Os diálogos são uma sucessão de bobagens, muitos deles risíveis, e alguns até bem antagônicos, que não fazem sentido algum.
Quase três horas para reiniciar uma franquia onde a linha da trama com quatro questões paralelas que bem no final se cruzarão é um pouco demais, não?
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Primeiro, o governo americano caçam os Autobots, pelo simples fato que não o controlam. Tudo isso sem a autorização do Presidente dos EUA. Segundo que na missão, há um auxílio secreto de uma raça alienígena até então desconhecida na série. E com cheiro de vingança.
Paralelamente cientistas criam uma nova geração de robôs, com os restos dos Decepticons. Mas logo eles, os vilões? Pois é, e pior, o controle sobre esses novos transformers é falso.
A trama, inclusive, tenta justificar a existência dos Dinobots em uma sequência que se passa na pré-história. Sei… Para depois, olha só, apresentarem os Dinobots como uma união viável para a salvação da humanidades. Putz…
E a relação pai (Mark Walhberg) e filha (Nicola Peltz)? Adicione um namorado (Brenton Thwaites) que adora piadinhas ridículas, uma virada no conceito de empresário-cientista-milionário (Stanley Tucci, um desperdício) e os militares malvados vestidos de preto. (Bocejo).
Na prateleira da sua casa: se você tem o cérebro de uma minhoca pode se divertir. Ou quem sabe uma criança de uns 5, 6 anos, que brinca com seus robôs alienígenas no quarto. A história do longa, inclusive, parece que foi escrita por alguém dessa idade, que insiste em bater e confrontar seus bonecos em batalhas imaginárias por aí.
O produtor e diretor Michael Bay é um megalomaníaco. Sua melhor obra foi em seu segundo filme, promissor até, quando quase explodiu San Francisco no ótimo A Rocha (1996). Fã da destruição em massa, pelas suas lentes o mundo já foi pelos ares em Armageddon (funciona, 1998), tentou ganhar o Oscar em Pearl Harbor (xaropinho, 2001), foi ao futuro com A Ilha (ok, 2005), acelerou em Bad Boys I (1995, divertido) e II (fraco, 2003), e tentou brincar de ser sério com uma comédia de ação baseada em fatos reais (Sem Dor, Sem Ganho, 2013), mas sem sucesso.
Ao se embrenhar com a franquia Transformers, o homem acha que é Deus. O primeiro (2007) não é ruim, e nos leva direto ao sentimento de nostalgia e entretenimento. Aí o homem pirou e cometeu as duas continuações (A Vingança dos Derrotados, 2009; e O Lado Oculto da Lua, 2011), dois dos piores filmes que já vi na vida. O quarto também não fica atrás. Todos são sucessos de bilheteria e superproduções, mas cada vez mais ridículos e sem sentido.
Esse “A Era da Extinção” é somente o pior filme de 2014.