Queime Depois de Ler (Burn After Burning, 2008) de Joel e Ethan Cohen
O filme: tudo parece um efeito dominó ou a teoria do caos, no qual o que acontece aqui tem efeito, ou muda algo logo adiante… Ex-agente da CIA Osbourne Cox (John Malkovich) está escrevendo suas memórias, em que conta missões e operações passadas. Sua infiel esposa (Tilda Swinton) grava as informações em um CD e repassa para seu advogado. O CD cai nas mãos dos abobalhados atendentes de uma academia, Chad (Brad Pitt) e Linda (Frances McDormand). Linda sonha em fazer cirurgias plásticas para reconstruir seu corpo, e, por isso, passa a chantagear Cox, que é expulso de casa. Enquanto isso, o amante de sua esposa (George Clooney), conhece Linda e inicia um novo relacionamento, enquanto a sua própria esposa está viajando.
Porque assistir: quem seria capaz de juntar numa história um ex- agente da CIA, sua esposa infiel, um policial da receita americana que adora marcar encontros via web, um personal trainner bobão, uma atendente de academia fixada em operação plástica, amantes, paixões reprimidas, chantagem e assassinato (acidental ou não) e ainda ser divertido?
Tudo culpa dos Irmãos Coen (vencedores do Oscar de melhor filme por Onde os Fracos Não Têm Vez, 2008 e que assinam o remake Bravura Indômita, 2010) e suas mentes fervilhantes! Rsrs. Parece complicado? Mas não é tanto assim… Relaxe e goze com o afiadíssimo senso de humor (negro), algo entre a sátira e uma comédia nervosa, uma sucessão de travessuras delirantes. Aqui o efeito especial tem nome: roteiro.
Melhores momentos: a morte surpresa de um certo astro.
Pontos fracos: pode soar até estranho para alguns, um humor esquisito e, o melhor de tudo, inteligente.
Na prateleira da sua casa: George Clooney mais uma vez de fanfarrão sedutor, John Malkovich o estranho com ataques de nervos, Tilda Swinton a ‘vaca fria e egoísta’ que tenta demonstrar sentimentos, Frances McDormand com sua crítica do culto ao corpo (dita na frase “desse jeito Hollywood não vai mais me querer”) e Brad Pitt, o mais engraçado, como um bobão careteiro (repare como ele diz “Osbourne Cox”).
É diversão e meia garantida para quem curte o lado inteligente do ser diferente. Ou seria o para quem curte o lado diferente do ser inteligente? Escolha você.